Economia
78 anos? Estimativa de nova idade mínima para aposentadoria assusta trabalhadores
Levantamento feito pelo Banco Mundial indica possíveis mudanças futuras na aposentadoria por idade.
Um estudo recente do Banco Mundial, publicado pelo jornal Valor Econômico, traz à tona uma questão alarmante sobre o futuro das aposentadorias no Brasil.
Com base nas regras atuais, a projeção aponta que a idade mínima para aposentadoria poderá chegar a 72 anos em 2040, enquanto em 2060 poderá ser de 78 anos.
Essa tendência é resultado do envelhecimento populacional e da queda na taxa de fecundidade, fatores que exigem uma reavaliação urgente das políticas previdenciárias.
A realidade sobre a dependência dos idosos
A razão de dependência dos idosos é um indicador crucial que mostra a proporção de pessoas com 65 anos ou mais em relação à população economicamente ativa, composta por indivíduos de 20 a 64 anos.
Em 2019, com a Reforma da Previdência, a idade mínima para aposentadoria foi fixada em 65 anos para homens e 62 anos para mulheres, período em que a taxa de dependência dos idosos era de 14,909%.
O principal objetivo daquela reforma era garantir a sustentabilidade do sistema previdenciário diante do aumento da longevidade e da diminuição da natalidade.
Contudo, o estudo do Banco Mundial ressalta que, mesmo com as mudanças implementadas, novos ajustes são essenciais para evitar um cenário em que a idade mínima para aposentadoria suba de forma drástica.
A projeção indica que, se as regras permanecerem as mesmas, a duplicação da taxa de dependência, prevista para acontecer em apenas 23 anos no Brasil, colocará uma pressão insustentável sobre o sistema previdenciário.
Queda da fertilidade e envelhecimento da população indica aumento na idade mínima de aposentadoria – Imagem: reprodução
Envelhecimento acelerado e comparações internacionais
Outro ponto destacado na pesquisa é o envelhecimento acelerado da população brasileira em comparação a outros países.
Na Europa, a taxa de dependência dos idosos aumentou de 15% para 30% em um intervalo de 70 anos. Já na América Latina e no Caribe, esse crescimento ocorrerá em um período de 25 anos.
O Brasil, no entanto, deve enfrentar tal duplicação em um tempo mais curto, o que limita as oportunidades de adaptação das políticas públicas, especialmente na área previdenciária.
Além disso, em 2020, apenas 56,4% da população economicamente ativa no Brasil havia contribuído para o Regime Geral da Previdência Social (RGPS).
Isso evidencia a necessidade de uma reforma que não apenas aumente a idade de aposentadoria, mas que também amplie a cobertura e a participação de trabalhadores no sistema.
Diante desse panorama, o Banco Mundial sugere que o Brasil implemente novas regras que podem envolver não somente ajustes na idade mínima para aposentadoria, mas também a criação de mecanismos que incentivem a contribuição previdenciária e a inclusão de mais trabalhadores no sistema. Algumas delas incluem:
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Educação financeira: promover campanhas de conscientização sobre a importância da previdência, buscando aumentar a taxa de contribuição entre jovens e trabalhadores informais;
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Flexibilidade na aposentadoria: avaliar a possibilidade de estabelecer um sistema de aposentadoria mais flexível, permitindo que os trabalhadores optem por se aposentar em idades distintas com diferentes benefícios;
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Reforma dos benefícios: reavaliar os critérios e valores dos benefícios pagos pelo RGPS, visando assegurar que as aposentadorias sejam justas e sustentáveis ao longo do tempo.
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