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Americanas deve bilhões, mas quem são os maiores prejudicados da situação?

Após o anúncio de uma inconsistência de R$ 20 bilhões no setor financeiro da Americanas, acionistas são prejudicados. Confira os detalhes.

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Dia 11 de janeiro, a própria Americanas anunciou a identificação de inconsistências nas contabilidades dos anos anteriores, incluindo o ano de 2022. Diante disso, o presidente e o diretor de relação com investidores, respectivamente, André Covre e Sergio Rial, se demitiram dos cargos que haviam assumido em pouco mais de uma semana.

João Guerra já era executivo da Americanas e não tinha nenhum envolvimento com as finanças da varejista. Foi ele quem assumiu os dois cargos que vagaram depois do anúncio.

Estima-se que a inconsistência seja de R$ 20 bilhões e ela é ligada a uma operação financeira chamada de “risco sacado”. Essa é uma prática comum das varejistas, que acontece quando a empresa pega um empréstimo em uma instituição financeira para comprar seus produtos com os fornecedores.

Isto é, o banco paga diretamente os fornecedores e a empresa paga ao banco com uma taxa de juros. O risco sacado foi lançado como se a compra fosse realizada diretamente aos fornecedores, não contabilizando, portanto, os juros da operação. Por isso o rombo bilionário nas Americanas.

Tudo isso teve impacto no mercado financeiro, e alguns acreditam que houve uma fraude, e não um erro nos lançamentos financeiros. Os que mais foram prejudicados financeiramente foram os investidores da Americanas, pois, depois do ocorrido, o valor das ações caiu.

O motivo é óbvio: a inconsistência financeira da varejista. Mas, além disso, o fato de o diretor de relação com investidores ter se demitido também impactou para o declínio das ações.

Confira a instabilidade das ações da Americanas no decorrer da semana:

  • Dia 11 (dia do anúncio) – R$ 12
  • Dia 12 – Caiu 77%, ficando em R$ 2,72
  • Dia 13 – R$ 3,15
  • Dia 16 – R$ 1,94

Analistas estimam que o patrimônio atual da Americanas seja de R$ 14 bilhões, isto é, R$ 6 bilhões a menos do que a empresa deve. Como em apenas nove dias de trabalho de Sergio Rial foram identificados esses 20 bilhões, o estimado é que a dívida possa ser muito maior. O valor real será definido por um comitê independente.

Essa queda drástica do valor das ações fez com que os investidores da Americanas sejam, até o momento, os mais prejudicados dessa situação. Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira são os bilionários que mais detêm ações da Americanas, estima-se que até o momento eles já perderam R$ 2,73 bilhões.

Mas além dos acionistas, alguns clientes do NuBank também foram atingidos. Isso porque o fundo de Reserva Imediata do Nubank tem ligação direta com Americanas, já que 1% do total de debêntures do banco, isto é, os títulos de dívida vendidos por uma empresa para que ela possa se financiar, eram da Americanas.

Portanto, como a Americanas caiu no conceito de avaliação de riscos, os investidores acabaram por perder dinheiro de suas contas. Contudo, uma ação na Justiça do Instituto Brasileiro de Cidadania (Ibraci) pode fazer com que esses prejudicados sejam indenizados pela empresa.

O presidente da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec), Fábio Coelho, explica que a falta de transparência da empresa foi algo que chamou muito a atenção e que ainda é cedo para determinar se houve algum golpe ou se foi apenas um erro. Contudo, a possibilidade de fraude não pode ser descartada.

Por fim, diante desse cenário, um dos maiores rivais da Americanas, o Mercado Livre, teve um aumento de 20% em suas ações, enquanto que o Magazine Luiza teve uma valorização de 27%.

Amante de filmes e séries e tudo o que envolve o cinema. Uma curiosa ativa nas redes, sempre ligada nas informações acerca da web.

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