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Política

Após desentendimentos, Guedes e Maia ensaiam reaproximação durante jantar em Brasília

Encontro foi organizado pelos senadores Kátia Abreu (PP-TO) e Renan Calheiros (MDB-AL), na casa do ministro do TCU, Bruno Dantas, para tentar amenizar os ânimos.

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se reuniram com outras autoridades em um jantar nesta segunda-feira. No encontro, ambos trocaram elogios e pedidos de desculpas após os desentendimentos nos últimos dias, e prometeram voltar a trabalhar juntos na agenda econômica do governo.

“Quero agradecer e retribuir ao Rodrigo… neste ano trabalhamos juntos no enfrentamento da pandemia”, disse Guedes ao sair de um jantar em Brasília, promovido justamente para tentar uma reaproximação entre os políticos.

“Caso eu tenha ofendido o presidente Rodrigo Maia, ou qualquer político que eu possa ter ofendido inadvertidamente, eu peço desculpas também”, acrescentou.

Maia, por sua vez, se desculpou pelas declarações da semana passada, quando disse ter sido indelicado e grosseiro, e defendeu que a situação no Brasil requer diálogo e equilíbrio.

“Nos meses seguintes à Previdência, por divergências e erros, e eu assumo os meus, fomos nos afastando. Agora na pandemia, mais ainda. Na semana passada, e deixo aqui meu pedido de desculpas, fui indelicado e grosseiro. Não é do meu feitio”, disse Maia após o encontro.

Nas últimas semanas, Maia e Guedes escancararam um atrito que já vinha nos bastidores e em trocas de farpas eventuais. Em uma entrevista, o ministro da Economia chegou a acusar o presidente da Câmara de se aliar à esquerda para barrar privatizações. Na ocasião, Maia respondeu que Guedes estava “desequilibrado”.

O encontro, organizado pelos senadores Kátia Abreu (PP-TO) e Renan Calheiros (MDB-AL), na casa do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas, foi articulado para tentar amenizar os ânimos. Tanto Maia quanto Guedes seguiram o script e saíram com pedidos de desculpas e defesa das reformas.

Em rápida declaração, Guedes afirmou que vai ter que haver uma aterrissagem do auxílio emergencial pago durante a pandemia, e que o governo prepara um programa robusto, embora não tenha dado mais detalhes sobre o novo projeto. O ministro também ressaltou a necessidade de um programa de criação de empregos em massa.

O Renda Cidadã, como vem sendo chamado o novo programa social, tem sido um dos principais pontos de atrito entre Guedes e o Congresso. O ministro da Economia avalizou e depois negou que tenha concordado com a mais recente versão do financiamento do programa, que previa usar recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e de precatórios.

O recuo, depois da reação negativa do mercado financeiro, irritou os líderes do governo no Congresso e o relator do Orçamento, senador Márcio Bittar (MDB-AC), que vinha negociando a criação e a inclusão do programa no Orçamento de 2021. Na segunda-feira, Guedes também se reuniu com Bittar para aparar arestas.

Após o jantar, Maia escreveu em suas redes sociais, sem citar o ministro, que “a situação fiscal do Brasil hoje requer união, diálogo e equilíbrio”.

“Sem as reformas, o país entrará numa crise econômica muito grave. A partir de amanhã, precisamos retomar os trabalhos em torno da agenda de reformas, que não vai parar independentemente das eleições municipais”, afirmou.

Maia definiu como prioridades da pauta a regulamentação do teto de gastos e as reformas tributária e administrativa.

“Precisamos trabalhar unidos, juntamente com os líderes da Câmara e do Senado que compreendem a importância da modernização do Estado e da construção de um programa social dentro do teto de gastos, para poder dar suporte a milhões de famílias que vão precisar dessa ajuda em 2021”, concluiu.

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