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Economia

Ásia em queda e reunião do Fed mantêm mercado tenso nessa quinta

Investidores devem operar, em compasso de espera, por dados sobre o ‘freio’ à maior economia mundial

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Crédito: mercado 1 minuto

Cautela. A posição deve marcar o comportamento dos negócios internacionais nesta quinta-feira (26), véspera do pronunciamento do presidente do Fed (Federal Reserve), banco central estadunidense, Jerome Powell, no evento Jackson Hole (EUA), quando dará explicações sobre a redução do ‘ritmo monetário’ ou de retirada dos estímulos governamentais à maior economia do planeta.

Ansiedade cresce – A nação ianque também aguarda com ansiedade novas informações, da semana passada, relativas aos pedidos de seguro-desemprego naquele país (previsão de 350 mil pedidos, segundo a Refinitiv), logo pela manhã, assim como será conhecida a estimativa do PIB norte-americano no segundo trimestre do ano (2T21), que deve apresentar alta de 6,7%, segundo a mesma consultoria. Todos os meses, o Fed vem ‘enxugando’, por mês, em média, US$ 120 bilhões em títulos federais, com o objetivo de baixar os juros de longo prazo e, ao mesmo tempo, incentivar a economia local pós-pandemia.

No vermelho – Enquanto isso, por fatores diversos, as bolsas asiáticas fecharam a quinta no vermelho, em que pese o bom desempenho destas no overnight, junto às bolsas norte-americanas. O fato é que o mercado acionário chinês acabou interrompendo três dias seguidos de ganhos, fechando em baixa, puxado por novo recuo das ações de tecnologia, logo após estas esboçarem recuperação, nos dias anteriores.

Indução chinesa – Outro fator que pesou na reviravolta foi a ‘indução’ promovida pelo governo chinês no mercado imobiliário do gigante asiático. Em consequência, o índice Shanghai composto recuou 1,09%, enquanto que, no Japão, o Nikkei fechou estável, em 27.742,29 pontos. Seguindo essa tendência, o Banco da Coreia (do Sul) elevou em 0,25 ponto percentual (p.p.) – pela primeira vez, em quase três anos – a taxa de juros referenciais do país, agora alçada a 0,75%, em que o índice Kospi caiu 0,58% e o Kosdaq baixou 0,26%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng recuou 1,08%; o índice Hang Seng Tech ficou em -2,17%, como reflexo da queda de 1,4% das ações da Alibaba, de 1% da Meituan e de 11% da AAC Tech, fornecedora da Apple.

Viagem ruim – Na Europa, por sua vez, o índice Stoxx 600 – que integra ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 países europeus – vinha perdendo 0,3%, pressionado pelo desempenho negativo das ações do setor de viagem e lazer, em contraponto à performance positiva de ações do setor de mídia. Além disso, o investidor europeu está atento ao evento do Fed.

PEC com ‘fundo’ – No front doméstico, permanece a tensão política entre poderes, expectativa em torno da votação do IR no Congresso Nacional, com destaque para as declarações do secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, – no evento internacional digital Expert XP – de que o governo está disposto a rediscutir a proposta de instituição de um fundo formado por ativos da União, tendo em vista “antecipar o pagamento de parcelamentos de precatórios fora da regra do teto de gastos”.

‘Fontes de ruído’ – Ao reconhecer que o fundo “é uma das principais fontes de ruído” na tramitação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Precatórios no Congresso, Funchal adiantou que, até o fim do mês, o governo deverá encaminhar um projeto de lei orçamentária, com previsão de efetuar o pagamento total dos precatórios, com vencimento no próximo ano, sem parcelamento. Por essa lógica, caso essa proposta (ou outra, no sentido de redução dos gastos) prospere, o Executivo pretende encaminhar uma mensagem com ajustes ao projeto.

TCU contra – “Um desastre”, foi o termo utilizado pelo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, ao comentar a possibilidade de o pagamento dos precatórios ficar de fora da regra do teto de gastos, acrescentando que a “ação nem deveria ser cogitada”. Para ele, “a PEC tenta colocar essa discussão no ambiente adequado, que é o Congresso Nacional, mas acho que não deveria ser excluído [do teto de gastos]. Existem outras maneiras de se resolver”. Mais adiante, o ministro do TCU acrescentou que há uma “assintonia” entre o pagamento dos precatórios – valores devidos pelo governo federal após sentença definitiva na Justiça – e a regra do teto de gastos, considerada por analistas a principal “âncora fiscal” do país.

Crise hídrica – Sobre a crise hídrica, reportou a agência britânica Reuters, uma fonte do governo, que preferiu não se identificar, estabeleceu como meta a redução de 10% na carga total de eletricidade do país, incluindo um programa de redução voluntária do consumo de energia (no mercados livre e regulado), de modo a afastar o risco de racionamento. Com a adoção dessas medidas, o Executivo pensa reduzir em 7 mil megawatts (MW) a carga de energia, além de incluir cortes de consumo de eletricidade em prédios públicos.

Ativos para privatização – Também na quarta, a secretária do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Martha Seillier, revelou que o governo incluiu mais 18 ativos para fins de privatização ou concessões à iniciativa privada, com destaque para o Porto de São Sebastião (SP), imóveis do Serpro, da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) e da Empresa Gestora de Ativos (Emgea).

Mercado de trabalho – Na agenda brasilis, destaque para a divulgação, pela manhã, dos números do mercado de trabalho no país, pelo Caged, além da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) e da participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, na audiência na Comissão Temporária da Covid-19. Mais tarde, às 15h30, o comandante da economia tupiniquim voltar a participar do evento digital na Expert XP.

Quanto à pandemia, ontem (25), a média móvel de mortes por Covid em sete dias no país  voltou a cair, (19%), para 718 ocorrências, em comparação com o patamar de 14 dias antes, conforme consórcio de veículos de imprensa.

Principais indicadores

Estados Unidos

*Dow Jones Futuro (EUA), +0,04%

*S&P 500 Futuro (EUA), -0,08%

*Nasdaq Futuro (EUA), -0,21%

Europa

*FTSE 100 (Reino Unido), -0,44%

*Dax (Alemanha), -0,66%

*CAC 40 (França), -0,45%

*FTSE MIB (Itália), -0,62%

Ásia

*Nikkei (Japão), +0,06% (fechado)

*Shanghai SE (China), -1,09% (fechado)

*Hang Seng Index (Hong Kong), -1,08% (fechado)

*Kospi (Coreia do Sul), -0,58% (fechado)

Commodities e bitcoin

*Petróleo WTI, -0,966%, a US$ 67,7 o barril

*Petróleo Brent, -0,84%, a US$ 71,64 o barril

*Bitcoin, +5,24%, a US$ 46.957,43

Sobre o minério: **Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian com alta de 0,74%, cotados a 816 iuanes, equivalente hoje a US$ 125,86 (nas últimas 24 horas).

USD/CNY = 6,48

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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