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Avanço do IPCA ameaça cumprimento da meta de inflação

Projeção do índice para este ano supera 8%, mesmo com alta da Selic

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Crédito: Terraço Econômico

Enquanto no plano externo, as bolsas despencam com o recrudescimento da aversão internacional ao risco – por conta da falência iminente da segunda maior incorporadora imobiliária chinesa (Evergrande) – no país, uma das questões mais relevantes é a perspectiva de descumprimento, pelo segundo ano seguido, da meta de inflação pelo Banco Central (BC), a despeito de aumentos consecutivos aplicados à taxa Selic (básica de juros) – hoje de 5,25% ao ano – a título de conter a disparada inflacionária.

Três pontos – Essa possibilidade tornou-se mais efetiva, mediante a projeção mais recente para o IPCA (índice de Preços ao Consumidor Amplo) deste ano, que passou de 7,11%, há um mês, para 8,35%, de acordo com o relatório de mercado Focus – em consulta a mais de 100 economistas – divulgado pelo BC, nessa segunda-feira (20), que mostrou a 24ª alta seguida, colocando a nova marca três pontos percentuais acima da meta governamental.

Expansão modesta – Para 2022, a expansão foi mais modesta, de 4,03% para 4,10%, e de 3,25% e 3% para 3023 e 2024, respectivamente. Mais ‘otimista’ foi a previsão do Ministério da Economia, que na semana passada ‘reajustou’ sua própria previsão de IPCA, que chegaria a 7,90%, e de 3,75%, para o ano que vem.

Carta aberta – Uma vez fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação terá de buscada pela autoridade monetária, elevando ou reduzindo a Selic. Em caso de descumprimento da meta, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, terá de dar explicações sobre o ocorrido, em carta aberta, ao ministro da Economia, Paulo Guedes, o que não ocorre há mais de três anos.

Selic  ‘decola’ – O marco para a decolagem da Selic ocorreu em agosto último, quando o Copom reajuste a taxa por mais um ponto percentual, agora de 5,25% ao ano, além de sinalizar novo aumento, de igual grandeza, na próxima reunião do Copom, que começa amanhã (21) e se encerra na quarta (22). No polo oposto, a previsão do PIB para 2020, pelo mesmo Focus, encolheu 2% para 1,63% em apenas quatro semanas, mas permaneceu inalterada para 2023 e 2024, de 2,30% e 2,5%,

2022 menor – Na avaliação do superintendente da Assessoria Econômica da Associação Brasileira de Bancos (ABBC), economista Everton Pinheiro de Souza Gonçalves, um crescimento econômico muito menor em 2022 poderá ser o preço a pagar, caso o BC mantenha a estratégia agressiva de altas seguidas dos juros, na tentativa de trazer a inflação para o centro da meta (3,5%) no ano que vem. Em consequência, a estimativa da entidade para o próximo ano também recuou de 1,5% para 1%.

Biênio recessivo – Embora admita que “fazer política monetária demanda muita sintonia fina, sobretudo em ambiente de tantas incertezas e riscos”, Gonçalves lembra que a alta persistente da Selic, em 2015 e 2016 redundou em dois anos seguidos de recessão. “É um dilema: se afrouxar um pouco a política monetária, pode dar problema na inflação, mas se o aperto for grande a atividade vai sofrer”, explica.

Hora da ‘paulada’ – Ala mais conservadora de economistas aposta numa ‘paulada’ maior do que um ponto percentual, na próxima reunião do Copom, como resposta à escalada inflacionária, como atesta o IPCA acumulado de 9,68% em 12 meses até agosto.

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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