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Política

Bolsonaro critica resposta do mercado ao Renda Cidadã e pede ideias para custear o programa

Presidente também voltou a reclamar que está sendo acusado de tentar criar o programa social visando sua reeleição em 2022.

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O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira que precisa de sugestões, e não de críticas sobre a proposta do Renda Cidadã, e acrescentou que com a piora da crise econômica “todo mundo vai mal”, inclusive o mercado financeiro. O comentário veio em resposta à reação negativa de investidores às propostas do governo para financiar o programa social.

“Pessoal do mercado também, não estou dando recado para vocês. Se o Brasil for mal, todo mundo vai mal. Aquele ditado estamos no mesmo barco é o mais claro do momento. O Brasil é um só. Se começar a dar problema todos sofrem. Pessoal do mercado não vai ter renda também. Vocês vivem disso, de aplicação”, disse o presidente na saída do Palácio da Alvorada.

“E nós queremos obviamente estar de bem com todo mundo. Mas eu peço por favor ajudem com sugestões, não com críticas. Quando tiver que criticar alguém não é o presidente”, acrescentou.

O mercado reagiu mal às alternativas encontradas pelo governo para custear o Renda Cidadã, que deve substituir e ampliar Bolsa Família, e depois do anúncio derrubou a bolsa e elevou o dólar e os juros futuros.

O financiamento do programa será feita com parte dos recursos do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e parte dos recursos de precatórios, dívidas de ações judiciais perdidas pela União e que devem ser pagas depois das sentenças definitivas. A manobra foi vista como uma tentativa de burlar o teto de gastos.

Reiterando o que havia dito em suas redes sociais, Bolsonaro afirmou que é necessário achar uma maneira de atender 20 milhões de pessoas que irão ficar em renda em janeiro de 2021, quando ser paga a última parcela do auxílio emergencial. Segundo ele, esse quadro pode levar a “distúrbios sociais” e “a esquerda pode se aproveitar disso e incendiar o Brasil”.

“Nós precisamos ter uma alternativa para isso, se não os problemas sociais serão enormes. Agora tudo que o governo pensa, ou gente ligada ao governo, ou líderes partidários pensam, isso aí se transforma em criticas monstruosas contra nós”.

“Temos que ter alternativa para isso. Sabemos que não tem recurso então está buscando alternativas”, acrescentou.

O presidente também voltou a reclamar que está sendo acusado de tentar criar o programa social mirando uma reeleição em 2022. Sua aprovação nas pesquisas recentes cresceu bastante com o pagamento do auxílio emergencial durante a pandemia de Covid-19.

“Tudo que eu faço agora dizem que estou pensando em 22. Se eu não faço nada, sou omisso. Se faço, estou pensando em 22. Agora, não queiram estar no meu lugar. Agora, eu vou fazer o possível para buscar uma solução. E digo mais, eu vou para uma máxima militar: quero uma solução racional, preciso de ajuda, conselhos sugestões”, protestou.

“Agora, se não aparecer nada, eu vou tomar aquela decisão que o militar toma: pior que uma decisão mal tomada é uma indecisão. Eu não vou ficar indeciso, o tempo está correndo, está chegando janeiro de 21”, completou.

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