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Economia

Cemig SIM vai investir para expandir sua geração distribuída de energia solar

Subsidiária da Cemig pretende quase dobrar sua capacidade de geração distribuída de energia solar neste ano.

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A Cemig SIM quer praticamente dobrar sua capacidade de geração energia solar em 2020 e crescer sua base de clientes, disse o presidente da empresa. A subsidiária da mineira Cemig é voltada para essa modalidade de produção.

A modalidade tem se expandido em ritmo acelerado no Brasil desde 2015 com o suporte de incentivos regulatórios que tornam os sistemas, principalmente solares, uma opção atrativa de investimentos tanto para empresas quando para consumidores.

O CEO da unidade, Danilo Gusmão Araújo, falou à Reuter sobre os investimentos pretendidos. “A Cemig SIM vai investir em 2020 cerca de 100 milhões de reais só na questão de energia solar”.

“Nossa expectativa é que em cinco anos a gente invista 600 milhões de reais em soluções de eficiência energética e também na energia solar. Em dez anos, seria mais que dobrar, para 1,4 bilhão de reais”, acrescentou.

O plano é adquirir participação em empreendimentos pré-operacionais da tecnologia conhecida como GD, que envolve usinas de pequeno porte cuja geração é voltada para a redução da conta de luz de consumidores.

De acordo com Araújo, a Cemig SIM espera fechar este ano com participação em usinas que somarão cerca de 52 megawatts em capacidade, ante a 30 megawatts que possui hoje.

A companhia pretende crescer através da compra de participações minoritárias de 49% em ativos de GD pré-operacionais ou já em funcionamento.

“Nossa primeira opção é através sempre das aquisições de projetos pré-operacionais, porque com isso a gente consegue fazer uma aceleração do crescimento, de forma mais rápida”, afirmou.

Por ser controlada pelo governo de Minas Gerais, participações superiores a 51% nas usinas tornariam os ativos estatais, o que o CEO acredita poder trazer complicações burocráticas aos negócios.

Minas Gerais é considerado o Estado mais competitivo para negócios de geração distribuída fotovoltaica por questões tributárias e pela boa irradiação solar, por isso, o foco é investir em instalações na região.

As transações têm sida feitas com recursos próprios, aportados pela Cemig na empresa, mas a unidade pretende obter financiamentos de longo prazo atrelados a seus ativos.

Araújo falou ainda sobre eventuais empréstimos, e que já há negociações com o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e um quase fechamento com o Banco do Nordeste. “Estamos agora com uma operação que está sendo concluída com o Banco do Nordeste.”

As pequenas usinas solares ou placas fotovoltaicas em telhados podem ter toda a produção abatida da conta de luz de consumidores através da modalidade de geração distribuída.

A Cemig SIM tem negociado a produção de suas usinas principalmente com clientes do setor comercial, em processo de venda digital de planos para a compra por determinado período do direito à energia gerada.

A média de corte nos custos com a energia após aderir a esses planos para usar a produção das usinas solares, é de, em média, 20%, disse Araújo.

Segundo ele, a empresa lançará em breve produtos focados em consumidores residenciais. “Estaremos nos próximos meses lançando um produto para os clientes residenciais de Minas Gerais, nossa expectativa é que nos próximos 60 dias já tenhamos isso lançado”, disse.

No começo do ano, instalações operacionais de GD no Brasil somavam 2 gigawatts, e agora já chegam a 3,5 gigawatts. O número representa mais que os 3 gigawatts em usinas fotovoltaicas de grande porte ativas no país, apontam dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

De olho nesse movimento, a Aneel chegou a dar início a discussões sobre mudanças nos incentivos à tecnologia em 2019, quando disse que subsídios dados à GD poderiam pesar no longo prazo sobre consumidores que não optam pela modalidade.

Depois do ataque do presidente Jair Bolsonaro e parlamentares à ideia, incluindo ameaças de derrubar no Congresso uma eventual decisão, a agência voltou atrás. Depois disso, não há esperanças de um projeto de lei sobre o assunto.

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