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Commodities

Chineses tentam cancelar embarques de soja dos EUA em meio a queda nas margens

Tentativa é o primeiro sinal de uma perda de ritmo na demanda chinesa após fortes compras nos últimos meses.

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Importadores e processadores de soja da China têm tentado cancelar acordos de compra de produtos dos EUA para exportação em dezembro e janeiro, depois que as margens de esmagamento foram achatadas por uma alta expressiva nos contratos futuros de Chicago, afirmaram três fontes ligadas ao comércio.

A busca é o primeiro indício de uma perda de ritmo na demanda chinesa após fortes compras nos últimos cinco meses.

Junto com a seca no principal produtor, o Brasil, a forte demanda da China fez com que os contratos de Chicago saltassem 13% neste mês. A China é o maior importador global de soja, respondendo por mais de 60% das compras internacionais.

“Pequenos importadores privados de soja estão tentando cancelar os embarques de soja dos EUA em dezembro e janeiro, já que as margens de esmagamento se tornaram negativas”, disse um trader de um processador de soja chinês.

“Isso é para os importadores que compraram cargas, mas não (fixaram) o preço no mercado futuro”, acrescentou.

Os chineses ampliaram suas importações de soja para um recorde em 2020, em meio a um busca por refazer seu rebanho de suínos dizimado pela febre suína africana em 2018 e 2019.

Outro motivo para o aumento das compras de soja dos EUA era o acordo comercial EUA-China, cuja Fase 1 exigia aumento nas importações de produtos agrícolas. A oleaginosa tem sido historicamente o produto de embarque agrícola mais valioso dos norte-americanos.

Mas o entusiasmo dos compradores está começando a decair com a alta expressiva dos preços neste mês, para máximas de mais de quatro anos em Chicago.

Alguns importadores estão tentando fazer “washout”, uma estratégia usada quando comprador e vendedor concordam mutuamente em cancelar um negócio, disseram duas outras fontes na China.

“Faz sentido que pequenos importadores privados saiam (das cargas dos EUA), já que não precificaram no mercado futuro antes”, disse o gerente de uma grande processadora no sul da China, uma das fontes que preferiu anonimato.

“Trazer grãos dos EUA para a China, a esse preço, significa que você perde dinheiro”, avaliou, sem detalhar o volume de negócios cancelados ou que devem sofrer “washouts”.

As cotações da soja têm sido apoiadas nas últimas semanas pela incerteza quanto à oferta do Brasil, que enfrentou uma seca que atrasou o plantio da safra a ser colhida no início do próximo ano.

Já o maior exportador mundial de farelo de soja e óleo de soja, a Argentina também sofreu com a seca, mas as previsões recentes na América do Sul melhoraram as expectativas.

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