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Com Selic próxima a 8,5%, BC admite mudar correção da poupança

Preocupação do presidente Campos Neto é com o risco de migração dos recursos da poupança para outras aplicações

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Foto divulgação

‘Patinho feio’ dos investimentos pátrios, a tradicional caderneta de poupança vai mudar. É o que promete o Banco Central (BC), ao admitir estudos no sentido de alterar a regra de correção monetária da tradicional aplicação financeira que, desde os primórdios, continua a ser a principal fonte de financiamento imobiliário de longo prazo (20 a 30 anos).

Migração súbita – É o que admitiu, em evento imobiliário recente, o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, durante o qual manifestou preocupação com a possibilidade, ante o risco de uma Selic, em patamar próximo a 8,5% ao ano, precipitar a migração súbita de poupadores para outras aplicações financeiras.

Xerife do real – “Com a Selic em 2%, estávamos preocupados com a migração alta para a poupança. Com a taxa de juros subindo, temos preocupação com a saída de recursos da poupança”, enfatizou o xerife do real.

Modelo de 2012 – O tema ganhou repercussão, face à iminência de a Selic atingir 8,5% ao ano, no final de 2021, uma vez que, pela regra vigente, se os juros passarem desse patamar (8,5%), a caderneta passaria a render 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR) – hoje sem variação – mas se estiver abaixo desse patamar, seu rendimento é 70% da Selic, mais a TR. Esse modelo foi adotado em 2012, visando induzir a redução dos juros, na época.

Indexador próprio – Para equacionar esse quadro complexo, Campos Neto considera a possibilidade de a poupança passar a contar com um indexador próprio, de modo que sua correção esteja mais próxima da usada para os financiamentos de projetos imobiliários, onde há um ‘descasamento’ de prazos e de indexadores.

Desfazendo o ‘descasamento’ – Tal ‘descasamento’, atualmente demanda a formação de um ‘colchão de liquidez’, em contraponto aos saques da poupança, que podem ser feitos a qualquer momento (liquidez de curto prazo). Com a utilização de um indexador da poupança com variação próxima ao utilizado para corrigir os financiamentos imobiliários, a formação do citado ‘colchão’ não mais seria necessária, liberando mais recursos para o sistema habitacional.

Previsão para 2022 – Em elaboração há mais de um ano, o estudo do BC, avaliam analistas, poderá ser implementado no ano que vem, mas depende de avanços na interlocução governo-bancos.

Manipulação federal – Uma demanda antiga. Assim classifica a mudança proposta pelo BC, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins. “Há anos, temos essa proposta, de a Câmara contar com indexador de índice de preços e não a TR, que é manipulada pelo governo”, dispara.

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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