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Crise no transporte por aplicativo: usuários e motoristas estão insatisfeitos
Desde a sua chegada ao Brasil, o transporte por aplicativo tem se envolvido em polêmicas. Contudo, esta é a primeira vez que pode-se considerar a ocorrência de uma crise no setor. Usuários e motoristas andam bastante insatisfeitos com o serviço.
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O problema é que a culpa pela crise não tem um único responsável, mas sim uma junção de fatores. O principal deles, e o mais atual, é a subida vertiginosa dos preços dos combustíveis.
Usuário insatisfeito
Como o preço para abastecer o carro está cada dia mais caro, muitos motoristas abandonaram as plataformas. Entretanto, existem diversos trabalhadores que têm no transporte por app o único sustento. A saída é recusar corridas muito distantes, as quais não pagam sequer o combustível gasto.
Dessa forma, o usuário acaba sendo afetado pelo problema. Nos últimos meses têm sido comuns reclamações. As críticas falam sobre a dificuldade em conseguir corridas pelos apps.
Em uma publicação no twitter, o usuário diz: “Tá horrível! Você tem que implorar para que mantenham a corrida”. A thread onde está o comentário tem cerca de 60 mil likes e mais de 600 comentários.
Alguns consumidores relatam horas de espera até algum motorista aceitar a corrida chamada. “Tá mais fácil achar dinheiro na rua, do que um motorista que aceite a corrida”, diz outra postagem no Twitter.
Explicações
O motorista não é obrigado a aceitar uma corrida, embora a recusa excessiva gere penalizações. Caso um motorista recuse muitas corridas, sua pontuação dentro do app pode cair bastante. Isso faz com que ele demore mais para “subir de nível” e lucrar mais com o trabalho.
A reclamação mais recorrente diz respeito ao repasse dos valores aos trabalhadores. Os motoristas cancelam algumas corridas pois o trajeto é longo demais pelo dinheiro que vão receber. Em outras palavras, não compensa fazer a corrida.
“Os usuários estão tendo de esperar mais tempo por uma viagem porque, especialmente nos horários de pico, há mais chamados do que parceiros dispostos a realizar viagens. A demanda elevada significa que o app da Uber está tocando sem parar para os parceiros, situação em que eles relatam se sentirem mais confortáveis para recusar viagens, pois sabem que virão outros chamados na sequência, possivelmente com ganhos maiores”, diz uma nota da Uber enviada à imprensa.
A resposta da 99 acompanha a mesma linha. “É importante observar que, desde o final de 2020, a 99 retomou o volume de corridas em 100%, quando comparada ao período antes da pandemia”, justificou à reportagem do Canaltech.
Apesar de alguns motoristas reclamarem do valor repassado pelas corridas, as empresas negam o problema. Para elas, os motivos de cancelamento assim como os ganhos têm caráter individual. Cada motorista consegue fazer uma renda própria pela plataforma e isso varia conforme o trabalho oferecido.
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