Dividendos de Petrobras (PETR3, PETR4) e Vale (VALE3) somam R$ 136 bi este ano

Dois dos principais carros-chefes da bolsa brasileira, a Petrobras (PETR3, PETR4) e a Vale (VALE3) deverão se ‘sagrar’ as maiores distribuidoras de lucros no mercado nacional este ano, cujos pagamentos recordes, a mais de 1 milhão de acionistas das duas empresas (850 mil da estatal e 300 mil da mineradora), totalizariam mais de R$ 136 bilhões.

‘Tudo em casa’ – No caso da petroleira, o beneficiado acaba sendo o controlador principal, o próprio governo, que contabiliza, em valores pagos referentes a 2021, R$ 63,4 bilhões. Desse total, R$ 23,3 bilhões serão transferidos à União, o que inclui a parcela do BNDES. Os R$ 40,1 bilhões restantes serão distribuídos entre seus 850 mil acionistas – 750 mil no Brasil.

Maior valor – Já para os seus 291 mil acionistas pessoas físicas, além de 2,6 mil pessoas jurídicas, 2,2 mil institucionais e fundos de pensão, a mineradora distribuiu R$ 73 bilhões até setembro último, maior valor entre as empresas listadas na B3, a Bolsa brasileira.

Estatal é vice – A vice-liderança é ocupada pela Petrobras, com o pagamento de R$ 31,6 bilhões, no mesmo período, enquanto o terceiro lugar ficou com o Bradesco, com o pagamento de R$ 9 bilhões, puxando a fila dos demais bancos –  Santander Brasil, Itaú Unibanco e Banco do Brasil.

Cenário azul – Tanto no caso da petroleira, quanto da mineradora, os bons números são resultado de um cenário azul para as respectivas commodities (petróleo e minério de ferro) no mercado internacional, uma vez que o barril de petróleo tipo Brent já alçou o patamar de US$ 80, considerado o mais alto nos últimos oito anos.

Interferência federal – Ao mesmo tempo, o fluxo de caixa da empresa Petrobras também acompanhou, a despeito das ameaças de interferência federal nos combustíveis, por parte do Planalto. O minério de ferro, por sua vez, atingiu em maio último a cotação de US$ 230 a tonelada, também um recorde, para depois cair de preço, devido à fragilidade econômica da China, maior produtora mundial de aço.

Grande ciclo – A saúde financeira da mineradora é destacada pelo analista do Itaú BBA, Daniel Sasson, para quem “a Vale gera muito caixa e não vive um grande ciclo de investimentos. O endividamento está baixo, perto de zero. E, mesmo com as obrigações por Mariana e Brumadinho (reparação por conta dos desastres), a dívida expandida está abaixo da meta de US$ 15 bilhões”, explica.

Presença no mercado – Na visão do mercado, atualmente, a mineradora está presente em quatro de oito carteira de ações boas pagadoras de dividendos recomendadas por corretoras de valores. Já a Petrobras, ao reduzir seu endividamento bruto a US$ 60 bilhões, voltou a retornar, aos seus acionistas, 60% do fluxo de caixa livre, no terceiro trimestre do ano (3T21).