Moedas
Dólar abre em alta conta real, mas segue para terceira perda em quatro semanas
Às 10:21, a moeda norte-americana ganhava 0,84%, a 5,2756 reais na venda.
O dólar tinha alta ante o real nesta sexta-feira, estimulado pelo tom de aversão a risco no exterior enquanto os investidores realizavam lucros, com a cautela crescendo depois de notícias de aumento nos casos de coronavírus e preocupações com um novo lockdown.
Às 10:21, a moeda norte-americana ganhava 0,84%, a 5,2756 reais na venda. Na B3, o dólar futuro tinha alta de 0,56%, a 5,270 reais.
As dividas de outros país emergentes seguiam o mesmo caminho, com peso mexicano, lira turca e rand sul-africano sendo negociados em baixa em relação ao dólar.
Na véspera, a França registrou um recorde de 10.593 novos casos de coronavírus, maior número diário desde que a pandemia começou, enquanto discussões sobre um segundo lockdown circulavam no Reino Unido.
“A aversão ao risco ganha força diante do aumento do número de casos de Covid-19 no mundo, especialmente na Europa”, disseram analistas do Bradesco em nota.
Ademais, “está acontecendo uma realização, já que a semana foi positiva para o real”, disse o estrategista-chefe do banco Mizuno, Luciano Rostadn. “Como a agenda está fraca e não houve notícias mais relevantes lá fora, os investidores estão adotando uma postura mais defensiva antes do final de semana.”
O dólar acumula perda de cerca de 1,37% desde a última sexta-feira, quando fechou a sessão a 5,3331 reais, e segue em direção a mais uma semana de perda, a terceira em quatro.
Na última sessão, o dólar spot terminou com recuo de 0,17% contra o real, a 5,2319 reais na venda, seu patamar mais baixo desde desde 31 de julho.
Antes da queda recente, a moeda norte-americana viveu uma disparada da moeda em meados de agosto por causa das preocupações com a saúde fiscal e política do Brasil.
Apesar do alívio recente sobre o real, “o ambiente político doméstico continua gerando ruídos”, disse Luciano Rostagno, acrescentando que cerca de 90% dos ganhos da moeda brasileira nas últimas sessões foram motivados por fatores externos, acompanhando a fraqueza internacional do dólar.
Por outro lado, segundo ele, aproximadamente 50% dos ganhos do peso mexicano na semana foram resultado de fatores locais.
No Brasil os investidores estavam de olho na relação do presidente Jair Bolsonaro com o ministro da Economia, Paulo Guedes, enquanto que buscavam indícios de possível desrespeito ao teto de gastos diante dos custos gerados pelo combate à pandemia de coronavírus.
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