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Dólar encerra a R$ 5,41 com retorno do fiscal doméstico para o radar

Dólar à vista subiu 0,47%, a 5,4167 reais na venda.

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O dólar encerrou a sessão desta quarta-feira em alta contra o real, em um novo dia marcado por oscilações, com a volatilidade imposta pelo retorno dos holofotes dos mercados aos problemas fiscais da cena doméstica.

A moeda norte-americana operou com vitalidade no exterior, o que ofereceu respaldo ao movimento local, em meio à devolução de ganhos de moedas emergentes que avançaram nos últimos pregões.

Na cotação à vista, dólar avançou 0,47%, a 5,4167 reais na venda. A moeda tocou máxima de 5,458 reais, quando subiu 1,24%, e mínima de 5,374 reais, quando recuou 0,32%.

Às 17:04, o dólar futuro caía 0,06% na B3, a 5,4165 reais. Na véspera, o segmento futuro fechou em alta de 0,46%, contra ganho de apenas 0,11% no dólar interbancário, o que explica a diferença de sinal em relação ao mercado à vista. O movimento entre essas taxas de câmbio é chamado de “catch up” (ajuste).

O comportamento do dólar futuro na véspera ocorreu após declarações do presidente Jair Bolsonaro interpretadas pelo mercado como sinais de que o governo tentará a todo custo manter algum tipo de ajuda financeira a mais vulneráveis em 2021, após o fim do auxílio emergencial em dezembro.

“Como ficam os 40 milhões que perderam tudo?”, disse Bolsonaro em evento na terça, destacando que o auxílio emergencial será encerrado em dezembro.

O mercado entende, com isso, que riscos de flexibilização da principal âncora fiscal do país, o teto de gastos, continuam pairando no ar.

“Eliminamos o risco da eleição americana e o risco da pandemia diminuiu. Ficamos agora com as questões domésticas: endividamento público e maior risco geral com uma Selic nas mínimas”, disse o economista-chefe Fabrizio Melloni, da Frente Corretora.

Para Melloni, o juro básico, atualmente em 2% ao ano, deveria estar em 4,5% para absorver os riscos. “Não temos hoje nenhuma sinalização de movimento eficaz para resolver o problema do déficit público. E existe uma inatividade no governo, caminhamos para mais um trimestre perdido”, afirmou.

Após o alívio externo recente, a volta das discussões sobre os problemas fiscais domésticos afetou os mercados de câmbio e de juros, onde as taxas de DI de longo prazo saltaram aproximadamente 20 pontos-base.

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