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Dólar salta 2,5% alavancado por pressão no mercado de juros

Dólar à vista disparava 2,46%, a 5,3606 reais na venda.

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O dólar registrava aumento de mais de 2% ante ao real nesta sexta-feira, contaminado por forte pressão no mercado de juros futuros, em meio a um tom negativo no Brasil causado pelos temores fiscais e pelas incertezas sobre a capacidade do Banco Central de manter os juros baixos.

A moeda norte-americana à vista disparava 2,46%, a 5,3606 reais na venda, se aproximando da máxima de 5,3642 reais (+2,53%) tocada no dia. Ainda pela manhã, o dólar registrou mínima de 5,2405 reais, queda de +0,16%.

O câmbio sentia o desconforto vindo do mercado de DI, disseram os analistas, no qual as taxas longas subiam 35 pontos-base, resultado em uma escalada na já dilatada inclinação da curva, uma medida de risco.

“Mercado preocupado com a inflação. Mercado de DI estressando e dólar indo junto… Tesouro com liquidez baixa. E o BC vai deixar o dólar andar? Vai entrar num círculo vicioso muito ruim”, disse o gestor da Armor Capital, Alfredo Menezes.

Com o aumento das dúvidas sobre a capacidade do Tesouro Nacional de refinanciar a dívida pública diante do forte aumento de gastos para combater os efeitos da pandemia e da evolução lenta da agenda de reformas, o mercado de juros vem passando por estresse a dias.

Ademais, o avanço na inflação no atacado tem iniciado discussões sobre contaminação dos preços ao consumidor, em um cenário no qual o Banco Central demonstra intenção de manter a Selic na mínima recorde de 2% por um longo período de tempo.

Alguns analistas classificam o patamar baixo da Selic como um dificultador a mais para o financiamento da dívida pública, e que estaria relacionado aos crescentes deságios nas negociações com LFT (título cuja rentabilidade é atrelado ao juro básico) e a aumentos significativo nos prêmios cobrados para compra de prefixados.

O Tesouro realizou, na semana passada, o maior leilão de prefixados da história em termos de risco, uma enorme movimento de 44,5 milhões de títulos públicos, sem colocação integral. Na véspera, somente 18% das 500 mil LFT ofertadas haviam sido vendidas.

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