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Fundos imobiliários (FIIS): cresce o número de investidores pessoa física

Fundos imobiliários: cresce o número de investidores pessoa física

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Com a flexibilização e reabertura de diversos setores, o mercado vem mostrando recuperação e aquecendo o segmento de fundos de investimento imobiliário (FIIS).

O crédito imobiliário, por exemplo, aumentou 44% de janeiro a agosto, chegando a R$ 51,3 bilhões, de acordo com a Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

Essa é a maior alta desde 2015. Além disso, o valor de venda de imóveis residenciais aumentou 0,53% em setembro, segundo levantamento do Índice FipeZap.

FIIS

Operador indica telas com cotações durante sessão da bolsa de valores de São Paulo

Motivos da retomada

De acordo com João Beck, especialista em investimentos e sócio da BRA, um dos maiores escritórios de renda variável da XP, entre os motivos que justificam essa retomada estão os juros baixos e aspectos sociais como a adoção do home office, que fez com que muitas pessoas passassem a buscar ambientes mais confortáveis para trabalhar e também morar.

“Não somente aumentou o volume de crédito imobiliário como também o custo dos juros do financiamento imobiliário reduziu bastante. A taxa Selic há um ano marcava aproximadamente 6% ao ano. O triplo da atual. Junto com o setor de veículos, o setor imobiliário é o mais sensível ao crédito. Além disso, mudanças sociais como a adoção do home office, em que pessoas passam a buscar condições melhores de moradia, impulsionam e movimentam o setor”, explica o economista.

FIIS: estudo

Um estudo realizado pela XP Investimentos neste mês mostrou ainda que o XPFI (Índice de Fundos Imobiliários da XP) teve alta de 0,78%, após crescimento de 2,5% em agosto.

O mesmo aconteceu com a IFIX, que apresentou alta de 0,46% em setembro, após performance de 1,80% no mês de setembro.

O boletim de fundos imobiliários da B3 revelou também que o número de investidores pessoa física em fundos imobiliários atingiu a marca histórica de 1 milhão de investidores em agosto/2020, um crescimento de 60% desde o começo do ano, o que mostra um interesse cada vez maior nessa classe de ativo de renda variável.

FIIS: expectativa futura

Segundo João, no fundo imobiliário, o que está embutido no preço, além da situação presente, é a expectativa futura.

“O ano de 2019 foi um marco histórico para os fundos imobiliários e foi destino de migração de dinheiro da grande maioria dos investidores que queria sair da renda fixa tradicional, mas ainda sem apetite para a bolsa de valores”, explica. De acordo com ele, o FII (Fundos de Investimento Imobiliários) é o caminho intermediário.

“Com isso, ao fim de 2019, os preços dos FII´s ficaram muito inchados e incorporavam uma expectativa excessivamente otimista, que foi corrigida ao longo do primeiro semestre do ano atual, principalmente com a crise que veio com a Covid-19. Por esse motivo, ambos índices ainda entregam retorno negativo no ano, apesar de vermos uma queda tão grande de juros desde o ano anterior e também uma retomada no setor da economia”, diz.

Desaceleração

O estudo da XP Investimentos mostrou que a maioria dos gestores (37,5% dos entrevistados) observam a desaceleração da economia como o maior risco da indústria de Fundos Imobiliários para 2021, principalmente pelo impacto que a Covid-19 pode causar na economia brasileira.

Por isso, o ideal é apostar em investimentos em longo prazo. “Apesar de todos os elementos que ajudam a impulsionar o setor como a taxa de juros baixa e o aumento de crédito, é primordial para a rentabilidade no longo prazo que o país cresça. Só o crescimento do PIB, da renda e da geração de emprego pode impulsionar o setor no longo prazo”, comenta o especialista.

Beck recomenda muito cautela ao investir em fundos imobiliários, já que os FII oscilam de acordo com a expectativa da taxa de juros e da vacância potencial dos imóveis que fazem parte dos fundos.

“Se hoje a taxa Selic é 2% ao ano e um FII rende 4% ao ano, é ótimo. Mas se a taxa Selic sobe pra 7% ao ano, esse FII não será mais atrativo e investidores irão vender e a cota do fundo vai cair. Ocorre que muito investidores só olham aquela taxa Selic que é decidida pelo Banco Central (hoje em 2% ao ano), mas há um mercado enorme de expectativa de taxa de juros futuras que oscilam diariamente e afetam em tempo real diretamente o preço dos FIIs”, complementa.

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

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