Governo está “jogando pesado” contra alta dos combustíveis, diz Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro reiterou sua posição ao dizer na última quarta-feira, 3, que não vai interferir na política de preços da Petrobras. No entanto, o chefe do Executivo afirmou que está “jogando pesado” em relação ao aumento nos preços dos combustíveis.

Leia mais: Projeto cria vale-gás nacional de até R$ 100 para grupos vulneráveis. Saiba mais

“Alguns falam que eu posso interferir [na Petrobras]. Eu sempre respondo civil e criminalmente. Então, estamos jogando pesado”, disse Bolsonaro.

Ele também voltou a dizer que o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado pelos estados é o grande culpado pela alta.

“Agora, o grande vilão na verdade é o ICMS. Você tem que ver o que está mais pesando no preço do combustível. O imposto incide em cima de alguma coisa. O combustível não. Os governadores decidiram incidir no preço final da bomba. Então, quanto mais alto, melhor. E a média é 30%”, explicou.

Os preços que chegam ao consumidor final nas bombas são compostos pelo valor repassado pelas refinarias da Petrobras, por tributos federais (PIS/Pasep, Cofins e Cide) e estadual (ICMS) e pela margem das distribuidoras.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) do IBGE mostra que o litro da gasolina disparou 39,6% nos últimos 12 meses até setembro. O item tem um dos maiores pesos na inflação do país.

Novo reajuste

Mais cedo nesta semana, o presidente antecipou que a Petrobras deve reajustar novamente os preços dos combustíveis nos próximos 20 dias. Pouco demais, a empresa enviou um comunicado afirmando que ainda não houve deliberação sobre a questão, desmentindo o que havia dito Bolsonaro.

Em outubro, o presidente disse “ter vontade” de privatizar a Petrobras, mas não forneceu detalhes sobre o assunto.