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HSBC sinaliza reformulação nos negócios

Banco está encontrando dificuldades para cobrar mais dos tomadores de empréstimos do que paga aos depositantes.

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O HSBC indicou nesta terça-feira que dará início a uma reformulação em seu modelo de negócios, visando alterar sua maior fonte de receita de juros para negócios apoiados em tarifas.

O maior banco da Europa acelerou os planos para reduzir seu tamanho, estabeleceu metas mais amplas de redução de custos e afirmou que retomará os pagamentos de dividendos mais conservadores assim que possível, tudo isso após sofrer queda de 35% no lucro trimestral.

Caso realmente ocorra, a reformulação do modelo de negócios será uma das mais significativas mudanças na estratégia do HSBC, que sempre destaca sua capacidade de gerar receita de juros dos mais de 1,5 trilhão de dólares em depósitos de clientes que possui.

Em meio a taxas de juros em todo o mundo, contudo, o banco está encontrando barreiras para cobrar mais dos tomadores de empréstimos do que paga aos depositantes e advertiu que a receita líquida de juros deve permanecer sob pressão.

O HSBC disse ainda que pode começar a cobrar por produtos como contas correntes, cuja gratuidade é esperada por clientes em alguns mercados como o Reino Unido.

“Teremos que considerar a cobrança por serviços bancários básicos em alguns mercados, porque um grande número de nossos clientes neste ambiente estará nos fazendo perder dinheiro”, disse Ewen Stevenson, vice-presidente financeiro do banco.

Nesta terça-feira, as ações do HSBC operavam em alta de mais de 6% após informações sobre as medidas de reestruturação, mas os papeis já acumular perda de quase metade de seu valor em 2020.

A receita do banco no terceiro trimestre recuou 11% em relação ao mesmo período do ano passado, para 11,9 bilhões de dólares.

O lucro antes de impostos caiu 35%, para 3,1 bilhões de dólares, acima da projeção média de 2,07 bilhões de dólares, com o HSBC sinalizando um corte nas provisões para empréstimos inadimplentes.

“Embora a perspectiva para prejuízos ainda permaneça bastante incerta … o HSBC apresentou resultados sólidos no terceiro trimestre em termos gerais e a perspectiva otimista em termos de execução da estratégia é tranquilizadora”, disse John Cronin, analista da corretora Goodbody, de Dublin.

A expectativa do banco é que os gastos com empréstimos inadimplentes se mantenha dentro do piso da faixa de 8 bilhões a 13 bilhões de dólares definida no início de 2020.

O HSBC afirmou ainda que planeja cortar os custos anuais para menos de 31 bilhões de dólares até 2022, uma meta mais ousada do que a divulgada em fevereiro e bem aquém das despesas operacionais de 42,3 bilhões observadas no ano passado.

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