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Economia

Igreja Universal recebeu R$ 72 milhões de empresário preso por pirâmide financeira

Empresário Glaidson Acácio, conhecido como “faraó das criptomoedas”, doou mais de 72 milhões de reais para a Igreja Universal.

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A Igreja Universal do Reino de Deus recebeu R$ 72,3 milhões em doação do empresário Glaidson Acácio dos Santos. O empresário, conhecido como “faraó das criptomoedas” foi preso por suposto envolvimento em um esquema de pirâmide financeira. A igreja, comandada pelo bispo Edir Macedo, decidiu entrar com uma ação judicial no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro contra Glaidson por desconfiar da origem das doações.

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De acordo com informações divulgadas pelo jornal O Globo, a igreja solicitou na vara cível de Cabo Frio, a comprovação da origem do dinheiro enviado para a Universal nos últimos 14 meses. O objetivo seria esclarecer todas as movimentações bancárias para o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

A Gas Consultoria, empresa de Glaidson, foi alvo da Operação Kryptos, da Polícia Federal. Cerca de 591 bitcoins foram apreendidos, valor que equivale a R$ 150 milhões. Glaidson fez o curso de pastores da Igreja Universal e, de acordo com nota da igreja, não chegou a assumir a função. Entretanto, pela proximidade com a igreja, ele fazia doações com frequência para a igreja localizada na cidade de Cabo Frio (RJ).

A defesa da Universal disse em nota que os valores recebidos são de origem desconhecida e foram recebidos sem nenhum tipo de aviso. Por esse motivo, a igreja tem receio de ser envolvida na investigação que prendeu Glaidson.

Nota oficial

Confira a nota da Igreja Universal para a imprensa.

“Há quase dois anos, desde o final de 2019, em inúmeras ocasiões, como provam os vídeos disponíveis neste link, a Igreja Universal do Reino de Deus vem alertando seus membros para os golpes embutidos em supostos investimentos em criptomoedas.

A Universal tomou esta atitude exatamente porque tem ciência de que um dos alvos destas pirâmides financeiras são as pessoas de boa-fé, especialmente das comunidades evangélicas. Todos sabem que o sucesso de uma pirâmide financeira depende da entrada constante de novos investidores. Daí a razão destas empresas buscarem se infiltrar em clubes, associações, corporações e especialmente igrejas, a fim de se valerem do espírito fraterno e de confiança que une seus membros. A Universal não compactua com nenhuma atividade ilícita, por mais ganhos que possa gerar. Ofertas que procedam de engano, fraude e injustiça não têm valor algum para Deus.

Quanto a Glaidson Acácio dos Santos, informamos que ele ingressou no treinamento pastoral da Universal em 2003 e foi desligado pouco depois por não atender aos padrões do ministério. Há alguns meses, a Igreja recebeu informações de que ele estaria assediando e recrutando fiéis e integrantes do corpo eclesiástico para participar de sua empresa, que demonstrava sinais que caracterizavam algum envolvimento com pirâmide financeira.

Para combater isso, além dos constantes alertas dados publicamente em seus cultos e programações de TV e rádio, a Universal tem feito rigorosas averiguações internas para assegurar que seus oficiais não promovam e muito menos se envolvam com estas pirâmides. É por esse rigor que alguns já não fazem mais parte do quadro de pastores da Igreja.

Além disso, em maio deste ano, a Universal apresentou uma notícia-crime na Justiça contra os envolvidos. Mais recentemente, foi aberto um processo judicial cível solicitando que Glaidson confirme à Igreja que os dízimos e doações que ofereceu como frequentador, têm origem lícita. Ou seja, muito antes da operação policial da última semana que resultou na prisão de Glaidson, a Universal já vinha alertando e cooperando com as autoridades para as devidas investigações.

Aliás, esta ação movida pela Universal deveria correr em segredo de Justiça, mas, criminosamente, vazou para a Imprensa. A Igreja requer aos veículos de Comunicação Social que respeitem o sigilo legal e não divulguem o conteúdo, e se reserva o direito de tomar providências cabíveis contra a divulgação indevida deste processo.”

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