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Economia

Inflação crescente; recuo do petróleo e precatórios incertos moldam Ibovespa da quinta

Enquanto avanço de preços preocupa mercados mundiais, cotação da commotity cai e ‘novela orçamentária’ parece sem fim

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Crédito: Valor

Preocupação com a ‘resiliente’ inflação, lá fora, enquanto aqui cresce a tensão em torno do avanço da PEC dos Precatórios no Senado – com votação prevista para o próximo dia 30 – ou seu retorno à Câmara, caso seja modificada pelos senadores. A dúvida persiste num cenário adverso, marcado por recuo do PIB, alta inflacionária, juros em ascensão, sem contar a ‘surra cambial’ do real frente ao dólar, que redunda em mais inflação.

Círculo vicioso – Tal círculo financeiro vicioso é enfrentado diariamente pelos brasileiros, em contraste com a obstinação federal, que não mede esforços para garantir recursos – mesmo que à custa do teto de gastos e da credibilidade internacional do país – ao seu programa social de cunho eleitoral, o ‘jabuti orçamentário’ Auxílio Brasil.

Sem consenso – Como não há consenso em torno do texto da PEC, o próprio relator e líder do governo no Senado, senador Fernando Bezerra, admite que o prazo de apreciação da matéria “está muito apertado”, embora tenha acertado com o presidente Rodrigo Pacheco a votação para o dia 30 do mês corrente.

Folga eleitoreira – Entre as modificações em discussão, a possibilidade de exclusão, em caráter excepcional, das despesas com requisições de precatórios de menor valor, o que, na matemática legislativa, daria uma folga fiscal de R$ 89 bilhões para o Executivo custear seu programa, mas com quitação total das pendências com dívidas judiciais em 2022, o que contraria a programação do Executivo para o pleito, no mesmo ano.

‘Despesas incontroláveis’ – O ministro da Economia, Paulo Guedes, por sua vez, jogou mais ‘lenha na fogueira’ no imbróglio fiscal-eleitoral, ao afirmar que a retirada total dos precatórios do teto de gastos “deve impactar fortemente o crescimento da economia brasileira no ano que vem”, acrescentando que a medida “é um erro muito grande, pois tornará as despesas judiciárias incontroláveis”.

Moeda de troca – Mesmo que a questão seja resolvida entre os dois poderes, o terceiro – o Supremo Tribunal Federal (STF) – já sinalizou pela rejeição do chamado ‘orçamento secreto’, ou emendas do relator usadas como ‘moeda de troca’ para garantir votos parlamentares favoráveis ao progresso da medida, na Câmara dos Deputados.

Embargos de declaração – Seu teste será a apreciação pelo Plenário da Corte, ainda a ser definida, em que pesem as sucessivas tratativas mantidas com os magistrados pelo chapa-branca presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que antes recorreu à Justiça para garantir a validade das emendas do relator, por meio do instrumento jurídico chamado ‘embargos de declaração’, que permite rediscutir ou alterar, posteriormente, os termos da decisão do Judiciário.

Desoneração aprovada – Outra notícia relevante é a aprovação, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, da proposta que prorroga a desoneração da folha de pagamento das empresas de 17 setores econômicos do país até 2023, em caráter terminativo – se não houver recursos para apreciação pelo Plenário da Câmara, a matéria segue diretamente para o Senado. A medida beneficia os setores que mais empregam no país, como como construção civil, indústria têxtil e de calçados, transporte coletivo e empresas de comunicação.

Índices ianques caem – No front externo, os índices futuros operam em leve alta, apesar da queda generalizada dos índices ianques da véspera (17), a exemplo do Dow Jones, que perdeu 211 pontos – ‘puxado’ pelo recuo de 4,7% nos papéis da Visa – enquanto o S&P perdeu 0,26% e o Nasdaq caiu 0,33%, apesar do bom desempenho de empresas de tecnologia locais.

Fed dá ‘pistas’ – Na agenda de Tio Sam, a divulgação de números sobre o desemprego no país, com previsão de 260 mil solicitações, além de declarações de membros do Federal Reserve (Fed), que podem dar ‘pistas’ sobre os próximos passos da política monetária estadunidense.

Recuo na Ásia – Enquanto isso na Ásia, as bolsas locais continuaram a registrar desempenhos variados, com destaque para o recuo das ações de empresas de tecnologia, listadas em Hong Kong, como as do Alibaba, que encolheram 5,34%; o mesmo com a Meituan (-2,46%); JD (-3,58%); Tencent (-2,4%) e Baidu (-7,84%).

China endividada – Em relação à China, o destaque fica para o desempenho negativo das incorporadoras locais, cujos lançamentos não têm despertado interesse por parte do consumidor, o que se refletiu na desvalorização de 5,7% dos papéis da megaendividada Evergrande (US$ 300 bilhões), que pretende levantar US$ 273 milhões com a venda de suas ações na empresa HengTen Networks.

Stoxx 600 avança – Já no ‘Velho Continente’, o índice Stoxx 600 europeu – composto pelas ações das 600 maiores empresas europeias – avança 0,8%, influenciado negativamente pelo setor de petróleo e gás, mas positivo para o de viagem e lazer. Em outubro último, a inflação da Zona do Euro apresentou alta de 4,1%, para igual mês de 2020 – maior taxa, em uma década – devido a pressões nos custos automotivos e de energia.

Minério cai – Ao mesmo tempo, os preços do minério de ferro registraram queda superior a 5%, em meio à perspectiva de redução da demanda por aço na China.

Petróleo idem – No campo do petróleo, embora haja indicação de queda nos estoques, o preço da commodity recua, após o alerta feito pela Energy Information Administration (EIA), na quarta (17) sobre ‘o iminente excesso de oferta’, acrescentando que “o aumento de casos de coronavírus na Europa reforçou a incerteza quanto à recuperação econômica da região”.

Principais indicadores

Estados Unidos

Dow Jones Futuro (EUA), +0,15%

*S&P 500 Futuro (EUA), +0,28%

*Nasdaq Futuro (EUA), +0,48%

Europa

*FTSE 100 (Reino Unido), -0,10%

*Dax (Alemanha), -0,07%

*CAC 40 (França), +0,10%

*FTSE MIB (Itália), -0,05%

Ásia

*Nikkei (Japão), -0,3% (fechado)

*Shanghai SE (China), -0,47% (fechado)

*Hang Seng Index (Hong Kong), -1,29% (fechado)

*Kospi (Coreia do Sul), -0,51% (fechado)

Commodities e Bitcoin

*Petróleo WTI, -0,5%, a US$ 79,97 o barril

*Petróleo Brent, -0,19%, a US$ 80,14 o barril

*Bitcoin, -0,01% a US$ 59.289,76 (em relação à cotação de 24 horas atrás)

*Sobre o minério de ferro:

**O minério negociado na bolsa de Dalian teve queda de 5,1%, a 511,5 iuanes, o equivalente a US$ 80,13.

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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