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Economia

Interferência federal na Petrobras; precatórios ‘empacados’ e balanços moldam Ibovespa da sexta

Alteração de lei que rege estatal, por dividendos eleitorais, continua a afetar mercado

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Foto divulgação

Governo neoliberal contraditório, que só respeita as leis de mercado quando estas o favorecem, atropelando regras fiscais necessárias ao reequilíbrio macroeconômico do país, tudo para emplacar sua reeleição no ano que vem. A descrição não deixa de ser um bom resumo de um governo que prima por sua sobrevivência, sem oferecer qualquer alternativa para a inflação e juros crescentes, enquanto o PIB ‘dá marcha-ré’.

Mercado tenso – Embora o Ibovespa futuro apresente, no início do dia, alta moderada (0,35% a 105.985 pontos, com vencimento em dezembro de 2021), nada impede uma nova queda, a exemplo da véspera (28), quando despencou 2%, no fechamento das negociações, após o chefe do Executivo defender a alteração da lei, que rege o funcionamento da Petrobras, de modo a servir às suas pretensões eleitorais.

‘Lucro demais’ – Numa fala que lembra a esquerda, o presidente evocou o ‘papel social’ da petroleira, criticando, em seguida, que a companhia dê ‘lucro tão alto’, numa referência direta aos R$ 31,142 bilhões de lucro líquido obtido pela estatal, no terceiro trimestre deste ano (3T21).

ADRs despencam – Atingidos pela declaração, os ADRs (American Depositary Receipts) da petroleira refletiram o ‘golpe’, ao caírem mais de 4%. A queda só foi revertida, em razão dos bons números da Petrobras (PETR3, PETR4).

PEC adiada, de novo – Enquanto isso, a agenda econômica no Congresso prossegue empacada, por conta de novo adiamento, para a semana que vem, por falta de quórum, da votação da PEC dos Precatórios, que propõe elevar o benefício para R$ 400 por família. Como tem enfrentado grandes resistências (óbvias) no Parlamento, o Executivo agora pensa em estender provisoriamente o auxílio – para o final deste ano ou de 2022 – o que jogou no ‘fosso’ o Ibovespa ontem (28), cuja pontuação foi a menor do ano, até agora.

Hora dos balanços – Ao mesmo tempo, a bolsa brasileira, nessa sexta-feira (29), deve continuar a refletir o bom momento dos balanços de blue chips tupiniquins, como exibido, além da petroleira, também pela Vale (VALE3) que anunciou lucro líquido de US$ 3,886 bilhões no 3T21 – alta de 33,6% para o 3T20. Em contrapartida, a Suzano (SUZB3) teve prejuízo líquido de R$ 959 milhões, no mesmo comparativo, ante um prejuízo de R$ 1,15 bilhão, registrado no 3T20.

Frustração nos EUA – Nos EUA, os índices futuros registram recuo, ante resultados aquém do esperado, da véspera (28) por parte de empresas de tecnologia ianques, como os papéis da Amazon, que tiveram baixa de 4% no pós-market, após a divulgação de um lucro líquido de US$ 6,12 bilhões no terceiro trimestre (3T21), o que frustrou a expectativa do mercado, de um lucro de US$ 8,92 bilhões, segundo a consultoria Refinitiv.

Vendas digitais desaceleram – O desempenho ‘insuficiente’ da Amazon decorre dos mesmos fatores que afetam todas as demais empresas de tecnologia estadunidenses, relacionadas à desaceleração das vendas digitais e maior demanda pelas lojas físicas, sem contar com os desafios da cadeia global de suprimentos. Igualmente abaixo da estimativa ficou o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) ianque, que avançou somente 2% no 3T21, inferior ao crescimento de 2,8%, esperado pelo mercado.

Política fiscal – Na agenda do dia, destaque para a divulgação, pelo Banco Central (BC), da nota sobre política fiscal e quanto à relação dívida bruta/PIB, ao passo que, nos Estados Unidos, o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) teve crescimento de 0,3% em setembro, no comparativo com o mês anterior.

Ásia mista – As bolsas asiáticas, por sua vez, tiveram desempenhos variados entre si, já refletindo o temor quanto à falta de componentes por fornecedores à Apple, que também apresentou resultados frustrantes para o investidor.

Europa cai – Ao mesmo tempo, na Europa, o índice Stoxx 600 – composto pelas 600 ações dos principais setores de 17 países do velho continente – registrava queda de 0,6%.

Petróleo estável – No que toca às commodities, enquanto o preço do minério de ferro caía, mais uma vez, o petróleo opera estável nas bolsas de Londres e de Nova Iorque, em que pese a preocupação, moderada, com relação aos estoques.

Principais indicadores  

Estados Unidos

Dow Jones Futuro (EUA), -0,2%
*S&P 500 Futuro (EUA), -0,58%
*Nasdaq Futuro (EUA), -1%

Europa

*FTSE 100 (Reino Unido), -0,39%
*Dax (Alemanha), -0,84%
*CAC 40 (França), -0,8%
*FTSE MIB (Itália), -0,57%

Ásia

*Nikkei (Japão), +0,25% (fechado)
*Shanghai SE (China), +0,82% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), -0,7% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), -1,29% (fechado)

Commodities e Bitcoin

*Petróleo WTI, -0,08%, a US$ 82,74 o barril
*Petróleo Brent, estável, a US$ 84,32 o barril
*Bitcoin, -0,59% a US$ 60.762,85
*Sobre o minério de ferro: **O minério negociado na bolsa de Dalian teve queda de 5,56%, a 637,5 iuanes, o equivalente a US$ 99,67.

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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