Justiça dos EUA aprova plano de recuperação da Gol, que mira fusão com Azul

A Gol Linhas Aéreas (GOLL4) obteve dia 20 a aprovação judicial do seu plano de reestruturação no processo de Chapter 11, nos Estados Unidos — o equivalente à recuperação judicial. A decisão foi tomada pelo juiz Martin Glenn, durante audiência no Tribunal de Falências do Distrito Sul de Nova York. Com isso, a companhia aérea brasileira espera concluir formalmente sua saída do processo até junho.

A aprovação ocorre após a Gol garantir a captação de US$ 1,9 bilhão com apoio da maioria de seus credores. O valor foi levantado por meio de instrumentos de dívida com prazo de cinco anos, e incluiu aportes de investidores já vinculados à empresa e de novos parceiros. A solução evitou a emissão de ações, considerada mais arriscada no atual cenário de mercado.

Fusão com Azul volta ao radar

A conclusão do processo de recuperação nos EUA é vista como passo fundamental para destravar as negociações de fusão com a Azul (AZUL4). As empresas anunciaram em janeiro a assinatura de um memorando de entendimento para combinar suas operações, por meio de uma transação coordenada pelo Grupo Abra, holding que controla a Gol.

O objetivo é criar uma companhia aérea mais robusta financeiramente e com maior capacidade de enfrentar os desafios do setor no Brasil, marcado por alta judicialização e margens apertadas. À época, o CFO do Grupo Abra, Manuel Irarrázaval, afirmou que a fusão não aumentaria o nível de endividamento do grupo.

Buscando alternativas

A Azul, por sua vez, afirmou em comunicado que segue avaliando alternativas financeiras para fortalecer sua estrutura de capital e liquidez no longo prazo. A empresa diz ter feito progressos na redução de seu endividamento e mantém conversas com parceiros para otimizar sua posição financeira.

Com a aprovação do plano da Gol, a expectativa de analistas é que as conversas pela fusão avancem com mais clareza nas próximas semanas, dependendo agora da evolução do cenário financeiro da Azul e do aval de autoridades regulatórias.