Economia
Mais um pedido de recuperação judicial: por que o setor aéreo brasileiro está em crise?
Crise financeira das companhias aéreas brasileiras expõe falhas estruturais e econômicas, levando empresas a buscarem recuperação judicial.
Com a Azul Linhas Aéreas buscando proteção financeira nos Estados Unidos, o setor aéreo brasileiro se vê em meio a uma crise complexa. Custos elevados, em grande parte dolarizados, e uma infraestrutura fiscal adversa são alguns dos desafios enfrentados.
A Azul, que no dia 28 de junho de 2025 entrou com pedido de recuperação judicial nos EUA, junta-se à Gol e à Latam, ambas já submetidas a processos semelhantes devido a dificuldades financeiras exacerbadas pela pandemia e pela instabilidade econômica global.
Especialistas apontam que, mesmo com tarifas elevadas, as companhias aéreas não conseguem cobrir seus custos operacionais. As despesas são atreladas ao dólar em sua maioria, contrastando com receitas em reais, o que provoca um descompasso financeiro crônico.
Os desafios do setor aéreo no Brasil
O leasing de aeronaves e o querosene de aviação, que representam entre 35% e 40% dos custos, são dolarizados. Isso coloca uma pressão adicional sobre as finanças, já que o combustível, embora majoritariamente produzido no Brasil, segue a paridade internacional.
Além de custos dolarizados, há o peso das tributações estaduais, como o ICMS sobre combustíveis. Cabe ainda mencionar as taxas de aeroportos e navegação aérea, que também elevam os custos operacionais das companhias.
Falta de apoio público e impacto da pandemia
Durante a pandemia de Covid-19, enquanto governos internacionais ofereceram apoio ao setor aéreo, as companhias brasileiras não receberam suporte significativo. Isso prejudicou o caixa das empresas, já abalado pela expressiva queda na demanda.
Estratégias de recuperação e futuro do setor
Com o processo de recuperação judicial, as companhias aéreas nacionais visam renegociar dívidas e reestruturar operações. A Azul, por exemplo, reduzirá sua frota em 35% e contará com o apoio da United e da American Airlines.
Especialistas em transportes sugerem reformas tributárias e incentivos a empresas low cost como caminhos para revitalizar o setor. A criação de um fundo cambial também poderia amenizar a volatilidade do dólar.
Embora o momento seja de crise, é possível enxergar um futuro mais sustentável para essas empresas, sobretudo considerando o tamanho do Brasil e a distância entre os grandes centros urbanos. No entanto, para isso, é preciso reformar o modelo atual.

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