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Economia

Mercado de trabalho nos EUA perde fôlego e aumento de casos de Covid-19 afeta recuperação

Número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos voltou a subir na semana passada.

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Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos voltaram a registrar alta na semana passada, sinalizando que as demissões e a perda de ritmo na recuperação do mercado de trabalho estavam sendo impulsionadas pelo aumento de casos de coronavírus e pelas restrições ao comércio.

Mesmo assim, a economia iniciou o quarto trimestre de forma sólida, com os gastos dos consumidores e os investimentos empresariais em equipamentos em outubro ficando acima das projeções de analistas.

Contudo, para dissipar a grande nuvem que paira sobre a economia isso provavelmente é insuficiente. A renda pessoal encolheu no mês passado e pode cair ainda mais com cerca de 12 milhões de norte-americanos a ponto a perder o auxílio-desemprego financiado pelo governo no dia 26 de dezembro.

Parte de um pacote de mais de 3 trilhões de dólares de alívio ao coronavírus, o benefício sustentou em parte um crescimento recorde da economia no terceiro trimestre.

Depois que o presidente eleito Joe Biden tomar posse, em 20 de janeiro, a expectativa é de liberação de um novo pacote de ajuda. O atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está totalmente concentrado em contestar sua derrota para Biden.

O número de norte-americanos que entraram com pedidos de auxílio-desemprego foi de 778 mil, em dado com ajustado sazonalmente na semana encerrada em 21 de novembro, ante 748 mil na semana anterior, informou nesta quarta-feira o Departamento do Trabalho dos EUA. Esse foi o segundo aumento semanal consecutivo.

A expectativa de economistas ouvidos pela Reuters era de 730 mil novos pedidos na semana passada.

Normalmente divulgado na quinta-feira, o relatório semanal de pedidos de auxílio-desemprego saiu um dia antes em razão do feriado norte-americano do Dia de Ação de Graças.

Os EUA vem atravessando uma nova onda de casos de coronavírus, com os infecções diárias ultrapassando 100 mil desde o início de novembro. Segundo um levantamento de dados oficiais da Reuters, mais de 12 milhões de pessoas foram infectadas no país.

A doença já matou mais de 259 mil norte-americanos e as internações estão saltando, levando os governos estaduais e locais a reimpor uma enxurrada de restrições à vida social e econômica nas últimas semanas, o que poderia manter os pedidos de auxílio-desemprego acima do pico de 665 mil registrado durante a Grande Recessão de 2007-09.

Em relatório separado, o Departamento do Comércio informou que os gastos dos consumidores, correspondentes a mais de dois terços da atividade econômica do país, tiveram alta de 0,5% no mês passado depois de avançarem 1,2% em setembro.

Já a renda pessoal teve queda de 0,7%, devolvendo o ganho de 0,7% registrado em setembro. A previsão de economistas ouvidos pela Reuters era de acréscimo de 0,4% nos gastos dos consumidores e manutenção no nível da renda em outubro.

“Não fossem por acontecimentos recentes relacionados ao vírus, parece que o PIB estaria a caminho de um quatro trimestre bastante robusto. Mas considerando o recente aumento nos novos casos de Covid-19, achamos que os dados vão enfraquecer em novembro e dezembro”, avaliou Daniel Silver, economista do JPMorgan.

A desaceleração nos gastos dos consumidores era prevista, mas deve ser barrada de alguma forma por grandes investimentos empresariais diante de lucros robustos, assegurando que a economia se mantenha em uma trajetória de crescimento no quarto trimestre, ainda que em um ritmo mas lento.

Outro relatório do Departamento do Comércio mostrou que as encomendas de bens de capital excluindo defesa e aeronaves, medida observada de perto para os planos de gastos empresariais, cresceram 0,7% em outubro.

De acordo com a segunda estimativa do governo do terceiro trimestre, o Produto Interno Bruto dos EUA avançou a uma taxa anualizada não revisada de 33,1%.

Já a economia encolheu 31,4% no segundo trimestre, o recuo mais expressivo desde o início da série histórica em 1947.

As previsões de crescimento para o último trimestre do ano estão abaixo de uma taxa anualizada de 5%.

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