Economia
Para qual direção irá a Selic? Confira a análise de cinco economistas
Na última reunião, comitê do Banco Central manteve a taxa básica de juros na mínima histórica de 2% ao ano.
Na última quarta-feira, 16, o Banco Central do Brasil (BC) decidiu por manter a taxa básica de juros, Selic, na mínima histórica de 2% ao ano. Após nove cortes seguidos, o valor permaneceu como aguardava o mercado financeiro. Ainda sem muitos rumores quanto à política monetária, o colegiado identificou que a inflação deve crescer em curto prazo. Nesta linha, especialistas da área palpitaram sobre o cenário.
“Eu acho que é a decisão é compatível com o cenário que a gente tem, ou seja, comparando a situação que a gente tinha na reunião passada com a que a gente teve agora, os principais pontos levantados pelo Banco Central como preocupações e como riscos continuam no mesmo lugar, principalmente a questão fiscal. O fiscal vai ser um assunto, um risco, que vai permanecer durante bastante tempo. Achei interessante nesse comunicado, em termos de recado, a ênfase que o Copom deu ao ‘forward guidance’”, destacou o economista-chefe do Banco ABC, Luiz Otávio de Souza Leal.
“Estamos considerando ciclo de normalização da política monetária até o fim do ano que vem, com a taxa indo a 3%, conforme o BC já fica atento à meta de inflação de 2022. O ‘forward guidance’ foi reforçado em relação ao comunicado de agosto, foi mais explorado, e, como esperamos que o choque de inflação seja temporário, vemos o juro estável pelos próximos meses”, ressaltou o economista da XP Investimentos, Vitor Vidal.
“Parece-me que o que pesou bastante com relação à decisão do Banco Central foi exatamente essa vigilância maior sobre esse repique de inflação. Agora eu começo a enxergar um risco real de começar um ciclo, mesmo gradual, de elevação dos juros, mas não para a próxima reunião. Acho que ainda há espaço para uma manutenção até o fim do ano. Mas fica claro que talvez já se dê como encerrado o ciclo de baixa da Selic”, declarou o economista-chefe na Bluemetrix Ativos, Renan Silva.
“Minha leitura é que o BC encerrou o ciclo de cortes de juros, a não ser que ocorra algo muito fora de esquadro. O texto me passou a sensação de que ele está mais vigilante. Achei até o comunicado um pouco mais ‘hawkish’ do que estava esperando, do que ele deveria ser numa situação como esta”, analisou o economista da Órama Investimentos, Alexandre Espírito Santo.
“O que mais me chamou atenção é o acompanhamento dele (BC) do que tem preocupado o mercado: incerteza com a economia nacional, inflação de alimentos, risco de retirada de estímulos no exterior e cenários fiscal e de reformas. Ficou claro o entendimento do BC de um cenário de incertezas à frente”, finalizou o estrategista-chefe da Clear Corretora, Roberto Indech.
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