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Ucrânia no ‘tabuleiro’ geopolítico; mais aperto do Fed e IGP-M a 16,25% pautam Ibovespa de quinta

Tensão europeia continua; ata de bc ianque reforça alta de juros e inflação brazuca de dois dígitos

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Crédito: rtve.es

De blefe em blefe, o urso russo continua seu jogo, mais de paciência, do que de xadrez, até arranjar desculpa para atacar a caça ucraniana, enquanto os mercados continuam precificando negativamente o conflito geopolítico que envolve, além do petróleo, a reafirmação do Kremlin como superpotência militar na velha, castigada e refém Europa, posto que 100% dependente do gás fornecido por Moscou, sem qualquer alternativa energética disponível no longo prazo.

Refém do tabuleiro – Também refém, nesse tabuleiro (certamente planejado com grande antecipação), figura o petróleo, do qual a Rússia é um dos maiores produtores mundiais, além de membro da principal entidade da commodity, a Opep+ (Organização dos Produtores de Petróleo), que recentemente admitiu, logo à vista, ‘problemas de suprimento do produto’. Está montado o cenário para a volatilidade do petróleo, em meio à exibição de musculatura militar (numa reedição indesejável da guerra fria dos velhos inimigos EUA-Rússia), no espoliado Leste Europeu.

Problema ‘gravíssimo’ – O renomado economista e presidente do conselho consultivo da SEDES (Associação para o Desenvolvimento Económico e Social) Abel Mateus admite a gravidade da situação, ao considerar a dependência europeia do gás russo ‘um problema gravíssimo sem solução, nem no curto, nem no médio prazo’, sem contar a disparada dos preços da energia na Zona do Euro, que somaram 5,1% em janeiro último (índice anualizado).

Chantagem russa – A ‘chantagem russa’ como manobra geopolítica é denunciada por Mateus, para quem, a citada dependência europeia “é algo extremamente complicado, que está sendo utilizado pela Rússia, não só em termos de subida de preços, mas também em termos políticos e geoestratégicos”, em entrevista à agência Lusa.

Kremlin reforça posições – Do ponto de vista militar, na prática, as tropas russas na região de conflito teriam sido reforçadas em, pelo menos, 7 mil homens, além dos 150 mil já firmemente posicionados. A balela de Putin não durou 24 horas e mantém o mundo em suspense, e os mercados, mais voláteis que nunca.

Mais aperto aí – Do ponto de vista de política monetária, a ata do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) – o Copom dos EUA – forneceu pistas mais visíveis do que o xerife ianque pretende adotar uma política mais dura (hawkish) para combater a maior inflação, em 40 anos, do Tio Sam (índices anualizados superiores a 7,5%), que ainda detém a maior economia do globo.

Mais aperto (2) – Além de confirmarem o próximo aumento (sem percentual fornecido) da taxa de juros dos EUA (hoje entre 0% e 0,25%) para março próximo, os membros do Fomc também indicaram que, na hipótese de “a inflação não ceder, será adotado um aperto mais forte (na taxa)”. Neste caso, o reajuste poderia superior a meio ponto percentual (0,5 p.p), segundo analistas.

Redução de balanço – Ao mesmo tempo, a autoridade monetária estadunidense também incluiu, no maior aperto, a redução do balanço de ativos da instituição, com a eventual ‘descarga’ no mercado de trilhões de dólares, em títulos federais. Sobre a questão, deve voltar a se pronunciar o membro do Fed na cidade norte-americana de Saint Louis, James Bullard, que defende um aumento de 100 pontos-base da taxa básica estadunidense.

Índices ianques caem – Replicando essas preocupações, os índices ianques registram viés de baixa (Dow Jones, -0,16%; S&P 500, +0,09% e Nasdaq, -0,11%) em dia de divulgação de relatórios de lucros corporativos, por parte das companhias locais.

Ásia mais positiva – Mais positiva que o Ocidente (chinês Shanghai SE, +0,06%; o Hang Seng Index, de Hong Kong, +0,30%; o sul-coreano Kospi, +0,53%), com exceção do nipônico Nikkei, -0,83% – após as exportações japonesas ‘frustrarem’ a expectativa do mercado, ao avançarem apenas 9,6% em janeiro último, ante uma previsão de alta de 16,5%, na estimativa da agência britânica Reuters.

Europa negativa – Os índices europeus, por sua vez, registram tendência mais negativa, como o britânico FTSE 100, que caiu -0,47%; o DAX alemão, que desceu 0,04%; a perda de 0,69% do italiano FTSE MIB; e alta solitária (+0,21%) do francês CAC 40.

Petróleo recua – No campo das commodities, o petróleo recua, com o tipo WTI recuando 1,11%, a US$ 92,62 o barril, ao passo que o Brent (referência internacional) caindo 1,01%, a US$ 93,85 o barril. Além da tensão na fronteira ucraniana, as cotações também são afetadas pela súbita elevação dos estoques da commodity nos Estados Unidos (1,1 milhão de barris na semana até 11 de fevereiro, ante previsão de queda de 600 mil barris), mediante uma demanda mais fraca do que previsto.

Minério também – O minério de ferro, por sua vez, também perdia 3,79% a 684,50 iuanes ou US$ 108,06, sob forte influência da ‘orientação’ dada pelo órgão regulador chinês (planejador estatal) a traders – após uma investigação conjunta com o regulador de mercado no porto chinês de Qingdao – no sentido de que estes “liberem estoques excessivos e os reduza a níveis razoáveis”.

Estoques abarrotados – Já os futuros de minério de ferro mais negociados na bolsa (entrega em maio próximo) apresentavam queda de 5,2% a 675 iuanes ou US$ 106,62 dólares por tonelada. No que toca a estoques portuários do produto importado na China, estes somavam 156,35 milhões de toneladas em 11 de fevereiro, um dos maiores patamares em três anos, segundo calculou a consultoria SteelHome.

IGP-M a 16,25% – No front interno, o destaque fica para o avanço de 1,94% do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), na segunda parcial de fevereiro, depois de apurar uma alta semelhante (1,95%), no mesmo período do mês anterior. Com esse aumento, o IGP-M em 12 meses, embora tenha ‘desacelerado’ – o anterior acumulado era de 17,06% – agora soma 16,25%.

IPA sobe – Com peso ponderado de 60% no IGP-M, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) cresceu, em igual comparativo, 2,52%, para uma elevação anterior de 2,51%. Em idêntico estudo, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) aumentou 0,30%, ante 0,32%, e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que caiu para 0,44%, ante a variação anterior, de 0,57%.

Seguro-desemprego em alta – Referencial sobre o estado da economia dos EUA, os pedidos de seguro-desemprego chegaram a 248 mil no país, apontou o Departamento de Trabalho ianque, o que superou a expectativa de analistas, que projetavam 219 mil pedidos. O avanço também ocorre em relação à semana anterior, que foi de 225 mil.

Renúncia de R$ 100 bi – Na treta fiscal, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) adiantou que pretende colocar em votação, na próxima terça (22) os projetos que tratam da desoneração tributária dos combustíveis, por meio de propostas de emendas constitucionais (as chamadas pec’s), identificadas em conjunto como a PEC Kamikaze, uma vez que implica uma renúncia fiscal de R$ 100 bilhões, a ser recomposta, depois, com novos tributos, pelo Executivo da hora.

Covid mata 811 – No diário da covid, a média móvel de mortes em sete dias mostrou que o vírus chinês matou 811 brasileiros, com elevação de 18% em relação ao patamar anterior, de 14 dias, informou o consórcio de veículos de imprensa.

Principais indicadores

Estados Unidos (futuros)

Dow Jones, -0,16%.

S&P 500, +0,09%.

Nasdaq, -0,11%.

Ásia

Shanghai SE (China), +0,06%.

Nikkei (Japão), -0,83%.

Hang Seng Index (Hong Kong), +0,30%.

Kospi (Coreia do Sul), +0,53%.

Europa

FTSE 100 (Reino Unido), -0,47%.

DAX (Alemanha), -0,04%.

CAC 40 (França), +0,21%.

FTSE MIB (Itália), -0,60%.

Commodities

Petróleo WTI, -1,11%, a US$ 92,62 o barril.

Petróleo Brent, -1,01%, a US$ 93,85 o barril.

Minério de ferro, -3,79%, a 684,50 iuanes ou US$ 108,06.

Criptomoedas

Bitcoin, -1,58% a US$ 43.502,14 (cotação de 24 horas).

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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