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123milhas suspende pacotes, cancela viagens e expõe fragilidade das empresas do setor

Ministérios da Justiça e do Turismo vão abrir investigações.

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A 123milhas suspendeu pacotes turísticos já contratados, cancelou viagens e, com isso, expôs a fragilidade das empresas do setor.

A operação da companhia já estava “errada” de forma conceitual, visto que a empresa vendia passagens que não tinha, recebendo antecipadamente e, desta forma comprando milhas de outros viajantes e transformando isso em pacotes para seus clientes.

Acontece que, via de regra, as companhias aéreas proíbem a venda de milhas por parte de seus clientes e isso faz com que, no mínimo, a atividade-fim seja conflituosa.

Por conta do ocorrido, os ministérios da Justiça e do Turismo anunciaram que vão investigar a 123milhas por meio de um procedimento que será aberto nesta data.

De acordo com os órgãos, a modalidade de venda de passagens por meio de transferência de milhas precisa atender à previsão do Código de Defesa do Consumidor.

“A cláusula contratual que permita cancelamento de forma unilateral é considerada abusiva e consequentemente nula. O reembolso deve garantir que os consumidores não tenham prejuízo e a opção por voucher não pode ser impositiva, tampouco exclusiva. A devolução deve atender os valores pagos com eventuais correções monetárias”, frisou.

123milhas

Os ministérios da Justiça e do Turismo também informaram que os consumidores que se sentirem lesados poderão fazer registro na plataforma consumidor.gov.br.

Em nota, a pasta do Turismo informou que considerou grave o anúncio feito pela agência de viagens na sexta feira (18) e que a apuração irá esclarecer as razões dos cancelamentos, identificar as pessoas atingidas e promover a reparação de danos.

Serão canceladas viagens contratadas na linha “Promo”, de datas flexíveis, com embarques previstos de setembro a dezembro de 2023. A empresa anunciou que irá devolver os valores pagos aos clientes por meio de “vouchers acrescidos de correção monetária de 150% do CDI, acima da inflação e dos juros de mercado, para compra de quaisquer passagens, hotéis e pacotes”.

Não está claro se, além da troca em serviços da própria empresa, os consumidores poderão rever o dinheiro, se preferirem.

CVC

A CVC, uma das principais operadoras de turismo do país, viu seus negócios enxugarem recentemente, por conta da pandemia, que chegou ao Brasil em 2020.

A empresa precisou fechar lojas, demitir pessoas e ajustar o caixa à nova realidade e, desde então, vem promovendo mudanças em sua estrutura organizacional.

Hurb

A Hurb, ex-Hotel Urbano, tem atrasado pagamentos a hotéis e, com isso, hotéis e pousadas estão cancelando reservas de hospedagem feitas pelo site.

O caso tem assustado turistas, e muitos deles compraram pacotes de data flexível, que costumam ser mais baratos que os de data fixa.

Neste modelo, os clientes escolhem três datas possíveis – sem contar períodos de alta demanda – e a empresa se compromete a entregar passagens e hospedagem em uma delas.

Setor do turismo

Em 2023 as informações do setor de turismo dão conta de que o segmento voltou “com tudo” no pós-pandemia, por conta de uma demanda reprimida relacionada às milhares de pessoas que tiveram que interromper seus planos de férias e viagens nacionais e internacionais.

Entretanto, as empresas parecem que não estavam preparadas para essa retomada justamente porque foram elas que sofreram o maior baque referente à pandemia e precisaram, urgentemente, enxugar suas operações.

Então, se certa forma, as empresas de viagens e as próprias companhias aéreas estão correndo para contratar pessoal e levantar recursos para reajustar a operação à nova realidade.

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

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