Pesquisa mostra que a cada 10 pessoas LGBTQIA+, 6 perderam seus empregos na pandemia

A empregabilidade de pessoas LGBTQIA+ é um assunto muito importante a ser levantado, principalmente neste mês de junho, em que há uma maior visibilidade para as causas da comunidade.

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O coletivo #VoteLGBT+ realizou uma pesquisa levantando os principais impactos da pandemia de Covid-19 sobre a comunidade LGBTQIA+. Os resultados encontrados foram uma piora da saúde mental, diminuição da fonte de renda e ainda o afastamento da rede de apoio.

A pesquisa, realizada em 2021, contou com 7.292 participantes distribuídos entre as cinco regiões brasileiras, e mostrou dados muito preocupantes. Nela, se pode constatar que de cada dez pessoas da comunidade, seis perderam o emprego ou a fonte de renda durante a pandemia.

A pesquisa ainda foi refeita após a queda da maioria das restrições de distanciamento social que foram impostas durante o auge da pandemia, porém, percebemos o triste retrato da exclusão de pessoas LGBTQIA+.

De acordo com Jaqueline Resch, que é psicóloga e conselheira da Associação Brasileira de Recursos Humanos, apesar de estes dados serem bem desfavoráveis, é possível perceber uma maior abertura para a comunidade nas empresas atuais. “Mas se pensar em alguns anos atrás, a gente começa a ver, sim, uma abertura”, disse ela.

Algumas empresas já tem vagas destinadas especialmente para profissionais trans, e estas mesmas estão ganhando destaque pela iniciativa. Porém, há dados que mostram que 75% das pessoas LGBTQIA+ escondem a orientação sexual no ambiente de trabalho devido ao medo de não serem aceitas.

Segundo Jaqueline, embora o cenário esteja melhorando, ainda é desanimador, e a diversidade segue está em processo de conscientização. Mas, nesse mesmo cenário, muitas empresas estão investindo na inclusão destes profissionais, criando grupos de trabalho LGBTQIA+ para que se sintam mais seguro no ambiente de trabalho e ganhem mais espaço para serem quem são de verdade.

Para facilitar a integração de pessoas diversas em equipes de trabalho, o papel do RH é fundamental. “O RH tem que estar consciente de que a gente só vai ter empresas melhores e ambientes de trabalho melhores quando eles forem diversos, quando forem inclusivos, por uma questão de justiça social. Quando você tem diversidade, há também diversidade de visão de mundo. As pessoas vêm de lugares diferentes, de histórias diferentes. Então, elas olham as questões organizacionais também de maneira diferente. Acho que isso é um ganho enorme”, destaca a psicóloga.