Curiosidades
Número de mulheres que adotam o sobrenome do marido cai bastante
Segundo dados, nos últimos 20 anos o número de mulheres que adotam o sobrenome do marido após o casamento caiu em mais de 24%.
Segundo dados de Cartórios de Registro Civil, nos últimos 20 anos, o número de mulheres que adotam o sobrenome do marido após o casamento caiu em mais de 24%. Em 2002, o número de mulheres que optavam pela mudança era de 59,2%, chegando a 52,5% em 2010 e 45% atualmente.
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O número ainda parece alto, mas podemos ver uma grande queda entre as décadas. Entre os principais motivos para não adquirir o nome do marido é a burocracia que isso envolve, além da pauta histórica de submissão feminina.
A historiadora Mary Del Priore explica que o ato de mudança de sobrenome é mais do que um símbolo de posse, mas também um atestado de incapacidade da mulher por gerir sua própria vida.
“Nós herdamos isso do direito romano; mais do que posse, indica a noção de incapacidade, de que a mulher era uma incapaz. Ela tem o nome do homem porque ela é como uma criança. O Concílio de Trento (1545 -1563) amarra essa ideia quando organiza a família patriarcal e dá direito de vida e morte da mulher e dos filhos ao homem”, explicou ela.
O direito de optar pela adoção do sobrenome do marido só surgiu em 1977, mesmo ano em que o divórcio foi aprovado no país. Antes disso era obrigatório que a mulher mudasse o sobrenome após o casamento. Em 2022, o Código Civil permitiu que o homem adotasse o sobrenome da mulher também.
Mas embora seja permitido, a adoção do sobrenome da mulher pelo homem ainda é bem incomum, chegando a 0,7% em 2021. Em 2005, a prática teve um salto, chegando a 2%, porém, voltou a baixar.
Essa mudança de sobrenome leva a uma mudança total nos documentos pessoais, isso deve ser avisado ao cartório na hora da entrega dos documentos.
Segundo Gustavo Fiscarelli, que é presidente da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais, a mudança de sobrenome era uma das primeiras coisas que a mulher perguntava quando chegava ao cartório, muitas vezes, os maridos exigiam a troca. Hoje em dia, as mulheres já sabem da possibilidade de dizer não à prática.
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