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Commodities

Demanda por gasolina e diesel enfrentará desafios para voltar ao normal, dizem executivos da indústria

Redução da demanda global por petróleo em abriu atingiu número recorde.

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A demanda global por gasolina e diesel deve voltar aos patamares anteriores à pandemia no final de 2021, mas uma nova onda de casos de Covid-19 pode manter o consumo oscilando, afirmaram executivos seniores do setor nesta segunda-feira.

A indústria de energia deve se preparar para atender aos choques de demanda adaptando a produção de refinarias e com armazenamento suficiente para enfrentar o excesso de oferta quando este ocorrer, acrescentaram, dizendo que o caminho para a recuperação deve ser difícil.

“Uma segunda onda ou um conjunto contínuo de surtos que impactem a demanda é (…) o choque mais provável que o mercado de petróleo precisa considerar nos próximos 12 a 24 meses”, disse em conferência virtual o chefe global de pesquisa da trader de commodities Vitol, Giovanni Serio.

Em abril, a redução da demanda global por petróleo foi um recorde de 22 milhões de barris por dia (bad), com 4 bilhões de pessoas em quarentena para conter o coronavírus, pontuou o vice-presidente executivo e diretor executivo de downstream da malaia Petronas, Arif Mahmoud.

Ainda em 2020, a Agência Internacional de Energia (IEA) acredita que a demanda global deverá cair 8,1 milhões de bpd este ano, para 91,9 milhões de bpd.

Contudo, qualquer retomada da Covid-19 durante o inverno do Hemisfério Norte poderia causar outro choque no mercado, destacou Chris Midgley, chefe de análise da S&P Global Platts.

“Há um risco real disso. Nós temos visto aumento nas taxas de infecção agora”, disse ele.

Interrupções na recuperação teriam que ser enfrentadas por uma disciplina ainda maior por parte de produtores e refinarias para conter a oferta, disso Giovanni Serio, bem como como uma disponibilidade imediata de armazenamento para o petróleo que sobrar.

Por outro lado, a demanda por combustível para aviões não deve se recuperar muito, já que levará mais tempo para que as viagens aéreas voltem aos níveis pré-pandemia.

Arif disse ainda que o consumo de gasolina e diesel na Malásia já retornou aos níveis do ano passado, mas o mercado de combustível para aviação “ainda segue muito deprimido”, uma vez que as fronteiras do país estão fechadas.

“Mesmo se abrirem, ainda levará tempo para o mercado se recuperar”, afirmou.

Ben Lockock, co-chefe de petróleo da trading Trafigura, estima que demanda global por combustível de aviação despencou de cerca de 10 milhões de bpd para aproximadamente 3 milhões de bpd.

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