Economia
“Efeito batom”: Saiba por que uma crise econômica pode aumentar as vendas do produto
“Lipstick effect” ou “efeito batom” é a teoria de Leonard Lauder sobre os reflexos que uma crise econômica podem causar na venda do cosmético. Entenda.
“Lipstick effect” ou “efeito batom”, essa é a teoria criada por um dos maiores herdeiros da Estée Lauder, uma renomada fabricante de cosméticos americana. De acordo com a tese de Leonard Lauder, assim que ocorre uma crise econômica, ao contrário do que seria o “normal”, a venda de batons sobe.
Prova disso, segundo a linha de raciocínio do empresário, seriam os ataques de 11 de setembro, que fizeram com que uma crise econômica se instalasse nos Estados Unidos. Contrariando as expectativas, a gigante dos cosméticos viu um aumento expressivo na venda de batons.
Lauder afirma que, diferentemente do que se espera, uma economia debilitada não oferece risco ao consumo do produto. Em vez disso, o que ocorre é a troca dos itens por versões mais em conta. Portanto, vale lembrar que o batom costuma ser um dos carros-chefes dos cosméticos de preços mais razoáveis.
Os Estados Unidos sofreram outro desgaste financeiro em 2008, época em que ocorreu a crise das hipotecas. Nessa fase, o empresário percebeu o mesmo efeito, o que “prova” que sua teoria é válida.
Já em solo brasileiro, não se pode afirmar o mesmo. O balanço realizado pelas empresas de cosméticos apontou que a última crise econômica do país não surtiu o “efeito batom”.
Todavia, devemos lembrar que o abalo aconteceu em decorrência da chegada da covid-19, doença que obrigou a população a utilizar máscaras quase que em tempo integral ao sair de casa. Com isso, não havia motivos para que as pessoas desejassem enfeitar os lábios.
Agora, com a flexibilização do uso de máscaras devido à chegada das vacinas e à diminuição do vírus, acredita-se que esse jogo esteja virando, visto o aumento da demanda.
Nos dias de hoje, segundo as empresas de cosméticos do Brasil, já é possível notar uma grande melhora na comercialização de batons. Tanto que essas empresas já enfrentam até mesmo uma falta de estoque.
Grandes líderes do ramo, como O Boticário, Avon e Ruby Rose foram questionadas quanto às perspectivas para o momento e todas se disseram otimistas.
De acordo com a Avon, a procura por conforto e alegria diante de cenários adversos, como o da pandemia causou um aumento significativo nas vendas entre os meses de janeiro e julho deste ano.
Em contrapartida, pelo menos 30% do faturamento total da Ruby Rose está atrelado à venda de batons, e a empresa de cosméticos afirma que durante a pandemia houve um aumento de demanda correspondente a 70% na comercialização do produto de forma on-line.
Antes da circulação do vírus, as vendas realizadas por meios digitais rendiam cerca de R$ 1 milhão, valor que foi triplicado nos dias de hoje.
Em suma, vale lembrar que a teoria do “efeito batom” não foi comprovada mediante pesquisas acadêmicas, portanto, não foi legitimada. Por isso, ela é considerada uma espécie de anedota para argumentar o porquê da comercialização de produtos que ajudam no bem-estar não pararem durante as crises econômicas, mas sim serem supridas por itens de menor custo.
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