Mercado de Trabalho
Funcionários estão em busca de cada vez mais flexibilidade no trabalho
O modelo híbrido tem se tornado cada vez mais o queridinho do mercado de trabalho. Empresas, contudo, seguem no modelo presencial.
Pesquisas apontam que funcionários passaram a preferir o modelo híbrido de trabalho. Segundo a consultoria Gartner, cerca de 3,4 milhões de americanos devem pedir demissão por causa de um termo que se promoveu com nome vitorioso, mas se tornou preocupante: Great Resignation. O número conta com 20% a mais do que a média da pós-pandemia, e esta porcentagem deveria servir como alerta para os empregadores, visto que tem sido cada vez mais claro que parte considerável de trabalhadores prefere se desligar da empresa, caso as condições oferecidas no emprego deixem a desejar.
Esta não é uma novidade para quem acompanha as crescentes tendências do mercado de trabalho ao redor do mundo. O fenômeno que vem crescendo cada vez mais tem forte influência do modelo híbrido de trabalho e pelos grandes atritos gerados entre os gestores e empregados sobre a possibilidade de aderir ao novo modelo. “As expectativas dos novos funcionários e a disponibilidade de acordos híbridos vão aumentar as divergências cada vez mais”, aponta o diretor sênior do Gartner, Piers Hudson.
Segundo o diretor sênior do Gartner, uma das suas companhias precisava de reposição em cerca de 20% do quadro anual até a chegada da pandemia, e agora enfrenta uma rotatividade de até 24%. Por exemplo, uma empresa que comporta 25 mil colaboradores poderá contar com 6 mil demissões, e boa parte delas serão de forma voluntária.
É possível perceber que nem toda empresa tem percebido as vantagens da flexibilidade no trabalho, mas é nessa modalidade que os funcionários passaram a confiar e a preferir, segundo consta em outra pesquisa do Gartner de novembro do ano passado. Assim, empresas podem começar a perder os seus funcionários caso não considerem o modelo atual que o contexto pandêmico propôs.
O estudo ouviu mais de 3 mil funcionários, e mais da metade deles confirmam que o modelo remoto é visto de forma equivocada pelas empresas em que trabalham. Além disso, 70% destes funcionários confiam que as pessoas que continuam indo a escritórios possuem mais chances de serem promovidas e de receberem aumentos do que as pessoas que dão preferência ao home office.
“Os esforços dos líderes para restaurar o modo de trabalho pré-pandêmico estão conflitando com uma força de trabalho que normalizou amplamente o modelo híbrido”, apontou Hudson. “As organizações devem olhar para a frente, não para trás, para atender às expectativas de mudança dos funcionários e aproveitar as vantagens do modelo híbrido”, completou.
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