Economia
Atualização de acordo pode testar entendimento ente Argentina e FMI
País sul-americano pretende atualizar acordo de 57 bilhões de dólares firmado há dois anos.
Os bons termos entre a Argentina com o Fundo Monetário Internacional podem ser postos à prova em breve, uma vez que o país quer atualizar um acordo de 57 bilhões de dólares feito há dois anos para evitar uma queda à recessão o nono default da dívida soberana, o que não foi bem-sucessedido.
Depois que o governo argentino de centro-esquerda reestruturou mais de 100 bilhões de dólares em dívidas com credores privados em 2020, o FMI buscou melhorar sua forma de lidar com o país. O fundo monetário foi alvo de diversos protestos furiosos nas ruas de Buenos Aires.
Agora, o país sul-americano quer adiar pagamentos de cerca de 45 bilhões de dólares nos próximos anos, conforme segue para uma contração econômica de 12% em 2020 e enfrenta uma crise cambial com controles de capital atualizados recentemente, que mostram uma relutância em lidar com desequilíbrios fiscais e monetários.
“Será muito mais difícil com o FMI. Eles vão querer ter certeza de que serão priorizados e não sofrerão calote”, disse o administrador de fundos de mercados emergentes da Finisterre Capital, Damien Buchet.
“O FMI vai querer garantias muito mais sérias em termos de sustentabilidade da dívida e capacidade de reembolso do que os detentores de títulos”, acrescentou.
Embora o ministro da Economia, Martín Guzmán, siga que deseja evitar reembolsos ao FMI até 2024, as autoridades argentinas garantem que querem apenas refinanciar os 45 bilhões de dólares já recebidos no programa de 2018.
“O FMI apoiou erroneamente a Argentina em suas negociações ásperas com investidores para fechar um negócio sem um plano econômico coerente”, opinou o diretor administrativo da Mangart Capital Advisors, Ted Pincus.
“As novas medidas cambiais introduzidas pela Argentina tornarão um acordo mais difícil e a atitude da Argentina em relação aos investidores voltou para mordê-la.”
A austeridade pode ser uma grande ameaça para o presidente Alberto Fernández antes das eleições de meio de mandato em 2021, à medida que a pobreza aumenta e as pequenas empresas afundam conforme o país sofre com os efeitos da pandemia de coronavírus.
O FMI é considerado por muitos como causador do calote e da desvalorização da moeda local que levaram milhões de argentinos à pobreza durante a última grande crise do país em 2001 e 2002.
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