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Economia

Sem força, Ibovespa cai e volta para o patamar de junho

O aumento do déficit fiscal, o IPCA-15 acima do esperado e a possibilidade de um novo imposto pressionaram os negócios.

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A Bolsa até que tentou manter-se em terreno positivo, mas a ausência de estímulo levou o índice a acompanhar o mercado de Wall Street. O aumento do déficit fiscal, o IPCA-15 acima do esperado e a criação de um novo imposto pressionaram os negócios. O Ibovespa encerrou o pregão com queda de 1,40% aos 95.622 pontos – a última vez que a Bolsa atingiu os 95 mil pontos foi em junho. Ao longo do dia, o índice variou entre a mínima de 95.745 pontos e a máxima de 97.388 pontos. O fluxo financeiro somou R$ 24,517 bilhões.

Os dados econômicos e a cena política continuam centrando a atenção dos investidores e impedindo um avanço consistente do índice. “Você começa a ver algumas estatísticas preocupantes, como o aumento do déficit nominal e primário e a inflação implícita aumentando. O Tesouro podendo ter dificuldade para a rolagem de dívida em razão do juro baixo. Difícil parar de se preocupar. Sempre vem alguma coisa que acaba deixando o mercado ressabiado”, avalia o economista da Órama Investimentos Alexandre Espírito Santo.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Ampor – 15 (IPCA-15) apresentou alta de 0,45% em setembro, acima da expectativa do mercado. Ontem, o Ministério da Economia informou que a expectativa de déficit primário para 2020 subiu para R$ 861 bilhões em agosto, ante R$ 787,45 bilhões em julho, o que será analisado hoje pelos analistas.

Para ajudar, os rumores de que o presidente Jair Bolsonaro autorizou a criação de um imposto sobre transações digitais  não foi bem recebida. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o governo tenta conseguir o apoio do centrão para apresentar a proposta ao Congresso. A estimativa é de que o novo imposto gere cerca de R$ 120 bilhões por ano.  O possível imposto está sendo chamado de “CPMF digital”. “Não acho um bom imposto, porque ele é malvado, pega toda a cadeia produtiva e ainda penaliza a cadeia mais fraca. Sou contra”, afirma Santo.

Do lado corporativo, a principal notícia foi a possível fusão entre a Localiza e a Unidas, que fez os papéis das empresas registrarem forte valorização ao longo do dia. No final, as ações terminaram com ganho acentuado de 13,25% e 17,17%, respectivamente. Para o analista da Guide Investimentos Luis Sales, a operação é positiva, pois as duas empresas são resilientes dentro do setor. “A incorporação dos ativos de ambas irá levar a criação de um player de grande qualidade no mercado, que será líder nos segmentos de Rent a Car e de Gestão de Frota. Além disso, as empresas possuem o negócio de aluguel de carro zero, que vem ganhando força no atual cenário”, avalia em relatório.

As blue chips, Petrobras e Vale, terminaram em direções opostas. Petrobras fechou com queda 2,64%. A petroleira reajustou o preço da gasolina vendida nas refinarias em 4%. Além disso, informou que ainda não há data definida para o lançamento da oferta pública secundária para a venda do restante da BR Distribuidora. Já Vale, terminou com alta de 2,59%.

Na Europa, o índice de gerente de compras (PMI) na zona do euro subiu de 51,7% em agosto para 53,7 em setembro, maior nível em 25 meses. Na Alemanha, o índice passou de 52,2% para 56,6%. Na Espanha, houve revisão do Produto Interno Bruto (PIB) para queda de 17,8% no segundo trimestre ante o período anterior. A previsão anterior era de 18,5%.

Nos EUA, os investidores seguiram atentos ao testemunho do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, no Congresso. O discurso veio em linha com o feito à Comissão de Assuntos Financeiros da Câmara, na véspera. Powell reforçou que a autarquia segue empenhada em recorrer às ferramentas de política monetária disponíveis para garantir uma recuperação forte. Enfatizou que a recuperação econômica do país deve demorar mais que o esperado e, por isso, serão necessários novos estímulos.

Também por lá, o índice de gerente de compras (PMI) composto – industrial e serviços – passou de 54,6 em agosto, para 54,4 em setembro. Individualmente, o de serviços passou de 55 para 54,6% e o da indústria, subiu de 53,1% para 53,5.

Em Wall Street, as bolsas também fecharam em queda: Dow Jones, -1,92%, aos 26.763 pontos e o Nasdaq, – 3,02%, aos 10.632 pontos.

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