Parquetur arremata por R$ 1,009 milhão, concessão do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães

Promovido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e realizado pela B3 (B3SA3), o leilão para concessão do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães (MT) foi vencido pela Parques Fundos de Investimento em Participações em Infraestrutura (Parquetur), mediante a apresentação da proposta com valor de R$ 1,009.132,27, com ágio de 9%.

Mediante a meta de selecionar a proposta com maior de outorga fixa para a concessão – que terá validade de 30 anos – o leilão tem por objetivo assegurar a prestação de serviços públicos de apoio à visitação, revitalização, modernização, operação e manutenção dos serviços turísticos do parque.

Durante o período de vigência da concessão, deverão ser realizados investimentos de R$ 18 milhões em infraestrutura, sem contar a perspectiva de que sejam aplicados outros R$ 200 milhões nas áreas de operação e gestão.

Em contrapartida pela concessão arrematada, a concessionária pretende cobrar dos visitantes, um preço inicial de R$ 30 pela entrada, hoje gratuita. De acordo com o sócio da concessionária – que também deverá participar, na mesma condição, do Parque Nacional do Itatiaia – Pedro Cleto, a intenção é adotar no parque uma gestão que chamou de “feijão com arroz bem feito”, que prevê a instalação de banheiros aos visitantes, sinalização no parque, mapas e um sistema de agendamento virtual de visitas estão entre as melhorias previstas.

“O Parque Nacional da Chapada dos Guimarães é um excelente ativo, mas hoje não tem um olhar voltado ao turista porque o ICMBio não tem estrutura para fazer os investimentos”, assinala o sócio da Parquetur. Segundo Cleto, haverá um ‘escalonamento’ para os reajustes anuais dos ingressos, que devem se manter em R$ 30 no primeiro ano da concessão, até chegar a um preço fixo de R$ 100, a partir do quarto ano.

Estruturado pela Fábrica de Projetos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o projeto conta com a parceria do ICMBio, Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Ministério do Turismo (MTur), com base em estudos elaborados pelo Consórcio Carcará Parques Brasileiros.

Localizado no estado do Mato Grosso – no centro geodésico da América do Sul entre os municípios de Cuiabá e Chapada dos Guimarães – o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, criado em 1989, possui uma área de 326 quilômetros quadrados (km²) e responde pelo segundo maior bioma do país, abrigando 659 espécies conhecidas de vegetais, 44 de peixes, 242 de aves e 76 de mamíferos.

Além de seu forte apelo turístico, o parque também protege uma importante área remanescente do Cerrado (situados entre os biomas do Pantanal e da Amazônia). Integrante da bacia hidrográfica do Alto Paraguai, o parque igualmente preserve as cabeceiras do rio Cuiabá, um dos principais formadores do Pantanal Mato-Grossense.

“Trabalhamos para encontrar uma solução climática lucrativa, inteligente, que traz, nessa nova modelagem, um melhor atendimento ao turista e proteção ambiental. Desenhamos uma economia sustentável em que a atividade econômica, aliada ao setor privado, leva o país para o que ele busca em termos de meio ambiente, que é neutralidade climática até 2050 e a proteção da biodiversidade”, acentuou o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite,.

Segundo o diretor de Relacionamento com Clientes da B3, Rogério Santana, “este é o segundo projeto de concessão de parques promovido pelo ICMBIO, em parceria com o BNDES, realizado este ano aqui na B3. Em março, tivemos o leilão do Parque Nacional do Iguaçu. Gostaríamos de parabenizar novamente o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade, o Ministério do Meio Ambiente, o Ministério do Turismo, e o BNDES pela iniciativa e pela condução do projeto”.