Economia
Preço dos combustíveis pode voltar a subir em janeiro; entenda o motivo
Fernando Haddad, futuro ministro da Fazenda, explica porque decidiu não prolongar a redução em impostos sobre os combustíveis.
Em 2022, os preços dos combustíveis aumentaram e causaram um inestimável prejuízo financeiro aos consumidores de todo o país. Uma das causas do aumento no valor dos produtos, incluindo o botijão de gás de cozinha, foi a guerra entre Rússia e Ucrânia, que reduziu a oferta de petróleo.
Outro fator de impacto direto na alta foi o aumento da demanda mundial no pós-pandemia. Além disso, também é preciso citar a crise energética no continente europeu.
Esses e outros acontecimentos, como a cotação do dólar, fizeram os combustíveis dispararem nos postos brasileiros. Em algumas regiões, o valor do litro da gasolina passou de R$ 8, como no caso do Rio de Janeiro, por exemplo.
Medidas do governo
Mais de 377 mil caminhoneiros e taxistas do país passaram a receber um auxílio de R$ 1 mil do governo federal para que pudessem continuar exercendo suas atividades. O repasse mensal para profissionais dessas duas categorias começou em agosto, pouco antes das eleições presidenciais.
Outra decisão do então presidente Jair Bolsonaro, aprovada pelo Congresso Nacional, foi zerar as alíquotas dos impostos PIS/Cofins e Cide sobre os combustíveis. A desoneração levou à redução e uma maior estabilidade nos preços até o dia 31 de dezembro de 2022, que é quando a validade das medidas chega ao fim.
Decisão fica para 2023
Se a equipe de gestão do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidir manter a isenção dos tributos, o custo extra para os consumidores pode alcançar R$ 52,8 bilhões. Contudo, o Ministério da Economia tentou convencer o time do petista a prolongar a desoneração por três meses, mas não obteve sucesso.
Na última terça-feira, 27, o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), pediu a membros do governo Bolsonaro que não prorroguem o desconto dos impostos federais dos combustíveis. A decisão segue uma orientação de Lula, que solicitou que nenhuma medida que possa impactar o futuro governo seja tomada agora.
Aumento no preço da gasolina
A retomada dos impostos pode aumentar a arrecadação do governo eleito em aproximadamente R$ 50 bilhões por ano. A princípio, os consumidores deverão encarar novamente, a partir do ano que vem, o aumento nos valores da gasolina, diesel, etanol e gás de cozinha.
Segundo José Alberto Paiva Gouveia, presidente do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), a gasolina pode subir até R$ 0,90 em 1º de janeiro com o fim da isenção dos tributos. Já o etanol pode ficar até R$ 0,70 mais caro.
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