Focus eleva pela 4ª vez, previsão do IPCA para este ano

Pela quarta vez seguida, o mercado financeiro elevou a projeção do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) – que mede a inflação oficial – para este ano, que passou de 5,31% para 5,36%, conforme aponta o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central (BC), nessa segunda-feira (9). Há um mês, o indicador estava em 5,08%.

Depois de ser ‘estourada’ nos três anos anteriores, a projeção de inflação do Focus  para o atual representa novo ‘estouro’, uma vez que a meta de inflação – fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) – para 2023 é de 3,25%, com banda mínima de 1,75% e máxima de 4,75%.

Para 2004, as estimativas também subiram, de 3,65%, semana passada, para 3,70%, enquanto há quatro semanas era de 3,50%, o mesmo valendo para 2025, que passou para 3,3%, ante 3,25%, na última semana, e 3,02% há quatro semanas.

Sinalização relevante para o setor produtivo da economia, o boletim manteve, pela segunda vez, a taxa básica de juros (Selic) em 12,25% ao ano (a previsão era de 11,75% ao ano, há um mês). Para 2024, a Selic passou de 8,5% ao ano, há um mês, para 9% ao ano, na semana passada, e agora está em 9,25% ao ano. Para o ano seguinte, como há uma semana, a taxa foi mantida em 8% ao ano.

Embora tenha sido fixada pelo Copom (Comitê de Política Monetária) no patamar de 13,75% ao ano – o maior em seis anos – a Selic passou a ter viés de baixa para este ano, o que afasta temporariamente, o risco de novo aperto breve por parte da autoridade monetária.

A expectativa é de que a próxima do Comitê de Política Monetária (Copom) ocorra nos dias 31 de janeiro próximo e 1º de fevereiro. A pretexto de ‘domar’ a inflação, a taxa básica de juros elevada freia a economia, dilui a renda, produção e o consumo, além de aumentar a inadimplência.

Quanto ao desempenho econômico, o Focus reduziu a estimativa do Produto Interno Bruto (PIB), de 0,8% para 0,78% para este ano, mantendo em 1,5% para o próximo e em 1,90% para 2025.

Já no front do comércio exterior, o mercado recuou, de R$ 58 bilhões para US$ 56,6 bilhões – de US$ 60 bilhões, há quatro semanas – a previsão de superávit da balança comercial para este ano. Ao mesmo tempo, foi mantido em US$ 80 bilhões o prognóstico para os investimentos estrangeiros em 2023.