Americanas (AMER3): bancos se movimentam e comerciários terão reunião virtual

Os principais credores da Americanas (AMER3), que são bancos, pretendem formar maioria para, assim, recusar qualquer plano de recuperação que imponha deságios elevados.

A expectativa destas instituições é de que a proposta de abatimento fique entre 80% e 90% e aponta como sintoma da beligerância o fato de os grandes credores estarem contratando escritórios especializados em insolvência que costumam atender os devedores.

Acontece que a companhia entrou com pedido de recuperação judicial na última semana e declarou ter dívidas de R$ 40 bilhões. Isso é o dobro da inconsistência contábil descoberta por executivos da companhia e informada no dia 11 de janeiro de 2023, de R$ 20 bilhões.

Sem risco sistêmico

Mais cedo o Credit Suisse avaliou que 2023 será o ano da “grande divergência” entre os quatro grandes bancos de capital aberto do país.

Em relatório, destacou que BB e Itaú devem ir bem, com retorno sobre patrimônio (ROE) de quase 20%, enquanto Bradesco e Santander devem deixar a desejar, com retorno perto de 15%

Também disse que o escândalo contábil da Americanas não representa risco sistêmico e as empresas brasileiras em geral ainda têm balanços saudáveis.

E acrescentou que reduziu a recomendação de Santander (SANB11) de neutro para underperform (equivalente a venda), com preço-alvo a R$ 31.

O Credit manteve a mesma classificação para o Bradesco (BBDC3; BBDC4), com preço-alvo a R$ 16, enquanto para Banco do Brasil (BBAS3) e Itaú (ITUB4), manteve recomendação outperform (equivalente a compra), com preço-alvo de R$ 50 e R$ 32, respectivamente.

Sindicalistas se articulam

Amanhã, às 14h, dirigentes de sindicados de comerciários têm reunião virtual amanhã para discutir a crise da varejista e o impacto no quadro de funcionários. As associações querem definir uma pauta unificada para as negociações com a companhia durante a recuperação judicial.