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Momento para os bancos brasileiros permanece negativo, diz BTG (BPAC11)

Veja a expectativa para a safra de balanços do 4TRI22.

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Crescimento em investidores

O BTG Pactual (BPAC11) analisou o segmento dos bancos, visto que a safra de balanço destas instituições inicia no dia 2 de fevereiro de 2023.

Em relatório encaminhado ao mercado, o banco de investimentos destacou que o Santander (SANB11) dará o pontapé inicial, e os números dizem respeito ao quarto trimestre de 2022.

“O momento para os bancos brasileiros permanece negativo. A economia está desacelerando, as expectativas de inflação/taxas de juros aumentaram, os níveis de serviço da dívida de pessoas físicas estão extremamente altos, há preocupações/riscos em torno de uma possível reforma tributária e a ‘história da Americanas’ recentemente acrescentou riscos adicionais no segmento corporativo”, disse.

E acrescentou que, como resultado, está reduzindo as estimativas de LPA para o quarto trimestre e 2023 em 12% e 5% para os quatro grandes bancos listados.

BTG (BPAC11): Americanas vai respingar

O BTG elencou, no relatório, que a gigante do varejo Americanas (AMER3) entrou com pedido de recuperação judicial na semana passada, e isso deve impactar os números do 4T22 dos bancos.

“De fato, dois bancos relevantes (Safra e Daycoval) já anunciaram que provisionaram 50% de suas respectivas exposições no resultado do ano passado. E acreditamos que a exposição restante (dependendo da evolução do caso da Americanas) provavelmente será feita em 2023”, ressaltou.

E disse mais: “estamos assumindo que os quatro grandes bancos registrarão aproximadamente 30% de provisões adicionais no quarto trimestre relacionadas à varejista. Como tal, estamos aumentando nossas estimativas de provisão para perdas com empréstimos para levar em conta a AMER, bem como as perspectivas macro mais desafiadoras. Ao todo, aumentamos as provisões para devedores duvidosos do Itaú (ITUB4), BB (BBAS3), Bradesco (BBDC4) e Santander em 15% no quarto trimestre e 6% em 2023.”

Resultados esperados

O BTG diz esperar que Itaú e o Banco do Brasil superem o desempenho do Bradesco e do Santander no quarto trimestre, com o BB como destaque.

“De fato, supondo que estejamos certos sobre as provisões da AMER, o BB provavelmente será o único banco a relatar expansão de lucros trimestrais (prevemos R$ 8,4 bilhões, um pouco mais alto trimestral). Mas também esperamos resultados “core” sólidos do Itaú, com estabilização da formação de NPL. Dito isso, devido à AMER, ajustamos nossa previsão de lucro líquido para R$ 7,7 bilhões, queda de 5% no trimestre”, frisou.

“Por outro lado, já esperávamos que o Bradesco e o Santander tivessem um desempenho inferior no quarto trimestre, devido à deterioração da dinâmica no terceiro trimestre, com os lucros provavelmente diminuindo no trimestre. Mas, dada a piora do cenário macro (ruim para os resultados de tesouraria e NPLs) e o fiasco da AMER (que parece mais relevante para esses dois bancos), agora prevemos quedas muito maiores. Ao todo, esperamos que os lucros do quarto trimestre do Bradesco cheguem a R$ 3,9 bilhões (-25% t/t, 9,9% ROE) e os do Santander em R$ 2,4 bilhões (-23% t/t, 11,4% ROE)”, disse.

Preferência

O BTG diz manter os ratings de COMPRA para Itaú (1,6x P/VP 2022E e 7,4x P/L 2023E) e Banco do Brasil (0,7x P/VP 2022E e 3,6x P/L 2023E) devido a seus valuations atrativos e melhor dinâmica de rentabilidade. “Nossos novos preços-alvo para Itaú e BB são de R$ 35 e R$ 57. Em relação ao Bradesco, embora o banco esteja negociando próximo a 1,0x P/VP 2022E e não acreditemos que seu ROE ficará abaixo de seu custo de capital no longo prazo, ainda é difícil prever por quanto tempo seus resultados permanecerão abaixo do seu potencial máximo (com nossos #s revisados, P/L 2023E está agora em 6,7x)”, destacou.

E concluiu: “assim, permaneceram Neutros, com novo preço-alvo de R$ 18. Por fim, negociando a 1,3x P/VP 2022E e 8,7x P/L 2023E e com o ROE ainda pressionado no curto prazo, reiteramos nosso rating Neutro no Santander, com um novo preço-alvo de R$ 30. Conforme sinalizado acima, ainda preferimos Itaú/BB a BBDC/Santander.”

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

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