Ações, Units e ETF's
Selic alta mantém interesse em títulos pré e pós-fixados
Mantida pelo Copom em 13,75% ao ano, taxa básica de juros deve permitir ‘boa rentabilidade’ para esses papéis
Ruim para o crédito e o consumo, muito bom para investimentos em pré e pós-fixados. Essa é a consequência mais imediata da manutenção (pela quarta vez seguida), em patamar muito elevado (13,75% ao ano, entre os maiores do planeta) da taxa básica de juros (Selic) pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom/BC), ao cabo de sua reunião mensal de dois dias, encerrada ontem (1º). Apesar de se constituir um ‘freio’ ao crescimento econômico, a decisão já era esperada pela maior parte dos agentes financeiros.
Como argumento para deixar como está a Selic, o Copom explicou que a decisão “reflete a incerteza ao redor de seus cenários” e um “balanço de riscos com variância ainda maior que a usual para a inflação prospectiva”. Na avaliação dos integrantes do comitê, a manutenção (da Selic no patamar atual) “é compatível com a estratégia de convergência para o redor da meta (de inflação) ao longo do horizonte relevante, que inclui 2023 e, em maior grau, o ano seguinte”.
Mais adiante, no documento divulgado, o Copom acrescenta que pretende “se manter vigilante, em virtude da conjuntura particularmente ‘incerta no âmbito fiscal’ e do “distanciamento das expectativas de inflação da meta em horizontes mais longos”. Em outro trecho de sua análise, “o Comitê avalia que tal conjuntura eleva o custo da desinflação necessária para atingir as metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), adiantando que conduzirá a política monetária necessária para o cumprimento das metas”.
Indefinições quanto a mudanças nas metas de inflação, indicações incertas para a diretoria do BC ou preocupações com risco fiscal à parte, a recomendação dos especialistas é no sentido de que os investidores direcionem a maior parte de seus recursos para carteiras de ativos pós-fixados, que ‘mesclem’ títulos públicos e privados.
Como a perspectiva é de que o corte da Selic ainda vai demorar, a notícia favorece, tanto investimentos em papéis pós-fixados (CDBs e títulos isentos), quanto os pré-fixados (cuja demanda continuou aquecida e crescente, ao longo do ano passado), ou ainda, aqueles papéis atrelados à inflação.
Nesse contexto, persiste ‘divergências’ entre agentes de mercado, no que toca à alocação de recursos, em que algumas gestoras preferem destinar um percentual menor a ativos de maior risco, como os de renda variável, enquanto outras mantiveram suas posições em fundos multimercados. Mesmo diante de uma inflação não ‘domada’ e juros proibitivos, cresceu a demanda por fundos imobiliários (FIIs) e por galpões logísticos.
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