Estoque de crédito cai 0,8% em janeiro, mas cresce 13,1% no comparativo anual

Embora tenha apresentado recuo de 0,8% em janeiro último, em relação ao mês anterior – como reflexo, sobretudo, da retração de demanda por recursos livres por empresas – o estoque de crédito no país registrou avanço de 13,1%, no comparativo anual (ante janeiro de 2021). A informação foi divulgada, nesta quinta-feira (16) pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

De acordo com a entidade, o desempenho negativo do segmento creditício sofreu maior influência da retração de 3,3% na busca de crédito por parte das carteiras de empresas, sem contar o impacto no mercado do pedido de recuperação judicial da Lojas Americanas, sob o argumento de apresentar ‘inconsistências contábeis’ no montante de R$ 20 bilhões.

Somente no que se refere à carteira livre, houve queda de 3,9% no período analisado, em decorrência da redução de linha de fluxo de caixa – desconto de duplicatas e antecipação de faturas.

Apesar do desempenho adverso do crédito, a Federação admite que os recursos destinados às famílias têm mantido o viés de expansão dos últimos meses, com expectativa de crescimento de 0,9%, neste mês de fevereiro. A previsão da entidade é de que o melhor resultado isolado deve vir do segmento carteira livre, com alta de 1%, por sua vez, estimulada pelo crescimento de linhas de crédito pessoal e rotativas. No paralelo, o levantamento da entidade também mostra que novas concessões de crédito caíram 11,7% em janeiro, ante dezembro, mesmo que, no comparativo anual, tenha havido avanço de 19,2%.

Na avaliação do diretor da Febraban, Rubens Sardenberg, “depois de três anos seguidos de expressivo crescimento na concessão de crédito para as famílias e empresas, o ritmo de expansão anual da carteira deve seguir perdendo ímpeto, refletindo o arrefecimento da atividade e condições financeiras mais restritivas”.

A previsão é que o Banco Central (BC) divulgará, no próximo dia 27, nova nota sobre o crédito no país. No levantamento anterior, o estoque total de crédito em dezembro cresceu 1,3% em dezembro, em relação a novembro, atingindo o montante de R$ 5,326 trilhões, enquanto a taxa de inadimplência, em operações de crédito livre com os bancos, chegou a 4,2%, ante uma taxa de 3,1%, em igual período de 2021.