Economia
Economia perdeu ‘fôlego’ em 2022, apontam economistas
Selic elevada está na raiz de baixo desempenho econômico, que deverá continuar neste ano
A economia brasileira perdeu o ‘fôlego’ na reta final de 2022. A constatação foi feita por economistas, após o Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) registrar recuo de 1,46% no quarto e último trimestre de 2022 (4T22), ante o trimestre anterior (3T22), ainda que tal indicador tenha acusado alta de 0,3% em dezembro último, após recuar, nos três meses anteriores.
O retrocesso da atividade decorre, sobretudo, pela continuidade do aperto monetário pilotado pelo Banco Central (BC), que mantém a taxa básica de juros (Selic), no elevado patamar de 13,75% ao ano, desde agosto de 2021, por conta de debelar a escalada inflacionária.
Sobre esse avanço, no último mês do ano, o entendimento de especialistas é de que o resultado favorável foi ‘pontual’ e que não deve alterar a tendência de ‘desaceleração’ da atividade econômica, como ocorreu nos quatro meses anteriores.
Segundo o economista Rodolfo Margato, da XP, “preferimos fazer uma avaliação de tendência de curto prazo, em vez de ver um dado pontual como o de dezembro. E houve uma desaceleração considerável na virada do primeiro para o segundo semestre do ano passado”, ao acentuar que “a alta do último mês de 2022 também não compensa as quedas dos meses anteriores.
Embora trabalhe com um crescimento da economia, não superior a 1% para este ano, a XP admite que há um viés de alta. “Talvez, o PIB se situe entre 1% e 1,5%”, admite Margato, para quem um ‘crescimento extra’ pode ocorrer, devido ao desempenho positivo da safra agrícola, assim como pelo avanço das exportações com a China, que acaba de eliminar a política de covid-zero no país asiático.
Já para o seu colega do Santander, Gabriel Couto, a desaceleração está relacionada ao início dos efeitos da política monetária mais contracionista. “O varejo está fraco. A indústria, andando de lado. Só o serviço está melhor”, avalia.
Reforça a tese o fato de que as vendas no comércio varejista apresentaram recuo de 2,6% em dezembro, o que traduz a segunda queda consecutiva, ao passo que a produção industrial apurou variação nula, e o volume de serviços teve expansão de 3,1%, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Sobre as perspectivas econômicas para este ano, Couto observa que os juros se mantêm em nível elevado, o que deve continuar ‘travando’ o crescimento da economia. A estimativa do Santander é de que o PIB cresça apenas 0,8% este ano. Na avaliação do economista, o crescimento fraco deve ser compensado pela expansão de 7,5% do agronegócio, mas os demais setores econômicos, sujeitos à taxa de juros, devem continuar ‘sofrendo’.

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