Commodities
Temor de recessão mundial e baixa demanda derrubam cotação futura do petróleo
Enquanto o contrato do tipo WTI caiu 2,78%, a US$ 76,55 o barril, o Brent recuou 2,51% a US$ 83 o barril
A preocupação crescente em relação ao crescimento da economia mundial, aliada à incerteza quanto à demanda da commodity, sem contar o fortalecimento do dólar, acabaram pesando sobre os contratos futuros do petróleo, que fecharam em queda, nesta sexta-feira (17).
Exemplo disso, o contrato do petróleo tipo WTI para abril de 2023 recuou 2,78% (US$ 2,78%) a US$ 76,55 o barril, enquanto o tipo Brent, também para o mesmo mês, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), caiu 2,51% (US$ 2,14), a US$ 83,00 o barril, totalizando uma perda semanal de 3,92%.
Para a consultoria Oanda, o temor de investidores quanto ao baixo crescimento global está relacionado com a possibilidade de adoção de uma política monetária mais restritiva pelos bancos centrais ao redor do mundo.
Reforça a incerteza mencionada o fato de dirigentes do Federal Reserve (banco central ianque) e do Banco Central Europeu (BCE) sinalizarem, na semana passada, que a ‘guerra contra a inflação não está concluída’, o que abre margem para novas altas dos juros básicos.
Para analistas, a perspectiva de mais apertos monetários fortalece o dólar, tornando mais ‘caras’ as negociações de commodities em outras moedas. Também não está descartado risco de o planeta mergulhar em novo ciclo recessivo, o que deprimiria, por tabela, a demanda por petróleo.
Na visão do analista da Oanda, Edward Moya, as pressões de baixa sobre os preços do petróleo devem continuar ocorrendo, tendo em vista a previsão de que os estoques da commodity nos Estados Unidos tendem a crescer, ao contrário da demanda. “Enquanto a oferta parecer ampla, a Opep+ estará tentando recuperar o atraso para manter o mercado apertado. O verdadeiro teste será se os preços quebrarem abaixo do nível de US$ 72,00 por barril”, avalia Moya.
Para o Commerzbank, por sua vez, a expectativa é de que os preços do petróleo permaneçam em elevação, mas de forma gradual, nos próximos meses, pois “será cada vez mais difícil para a Rússia encontrar compradores”. Como resultante, as restrições à exportação russa deverão retrair, por consequência, a oferta global da commodity.
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