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Tecnologia

Geração Alpha: crianças nascidas na época da inteligência artificial podem ter futuro diferente

Veja como as crianças da geração Alpha estão lidando com as tecnologias cada vez mais avançadas e como pode ser o futuro das mesmas.

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Em meio ao aumento da discussão sobre metaverso, nanorobôs e inteligência artificial, surge uma nova geração que terá um contato mais natural com essas tecnologias: a geração Alpha. Das crianças nascidas entre 2010 e 2025, especialistas esperam um raciocínio mais voltado para a lógica digital, embora acreditem que elas vão perder algumas das experiências oferecidas pela era analógica.

No entanto, será que apenas a tecnologia será a medida para classificar uma geração?

Wivian Weller, doutora em Sociologia, professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB) e estudiosa de gerações, acha que não. Para ela, há uma simplificação da ideia de ver as novas gerações somente pelo uso de tecnologias, mesmo que ela faça parte de sua realidade.

“Uma geração não se constitui apenas pelo uso de tecnologias, mas também é importante questionar que tipo de uso essa geração faz delas”, destaca a doutora.

Theo Correia, um menino de 10 anos de idade da cidade de Niterói, Rio de Janeiro, implementou o uso de tecnologia para abordar um problema da realidade não virtual. Após testemunhar a reabilitação de uma tartaruga marinha que havia engolido plástico no oceano quando tinha apenas 4 anos, ele se tornou um defensor do meio ambiente e busca chamar a atenção para a destruição ambiental sempre que possível.

Além disso, ele já recolheu lixo em praias e, juntamente com sua mãe, organizou piqueniques para mais de 100 crianças com objetivo de plantar árvores.

Mas isso não é tudo. Na pandemia, Theo começou a estudar programação na escola CodeBuddy onde criou o jogo “Ciclovias Verdes”. Nele, um ciclista recolhe lixo e poluição para trocar por pontos. Seu próximo passo é conseguir um patrocínio para que os pontos virtuais possam ser convertidos em ações de reflorestamento ou controle de poluição no mundo real.

Geração Alpha

As atualizações rápidas e novidades constantes são cada vez mais comuns na era digital, e as crianças da geração Alpha, com até 12 anos, crescem naturalmente imersas nessa cultura da velocidade. O mundo virtual não é apenas uma fonte de diversão, mas também um lugar onde elas encontram e interagem com amigos.

A médica Cristiane Guimarães e seu filho Bernardo, de 11 anos, tiveram um desentendimento a respeito de jogos. Bernardo foi privado de encontrar seus amigos na pandemia e acabou passando muito tempo com jogos de videogame. Isso preocupou seus pais, que decidiram tomar medidas drásticas.

Cristiane tomou a decisão de desconectar o equipamento e o trancou em um armário, além de confiscar o celular do filho. Depois de perceber que a criança ficou muito triste por não poder se conectar virtualmente com seus amigos, os dois chegaram ao acordo de que Bernardo teria um limite diário de 2 horas para jogar.

A decisão de Cristiane vai de encontro com as diretrizes da Sociedade Brasileira de Pediatria, publicadas em 2020. A entidade recomenda que crianças com menos de 2 anos evitem o uso de telas e que os pais determinem limites de tempo de uso para pessoas de até 18 anos.

O objetivo é evitar excessos, já que o vício em jogos digitais pode causar problemas psicológicos. Em 2019, a dependência digital foi classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença e desde então consta na Classificação Internacional de Doenças (CID).

Exclusão digital

No entanto, em um país onde cerca de 19% da população ainda não possui acesso à internet, é desafiador categorizar todas as crianças de uma geração com os mesmos estereótipos. A exclusão digital pode ser ainda maior se não houver políticas públicas para garantir o acesso de todos à tecnologia.

A falta de equipamentos e conexão com a internet significa que os excluídos dessa geração também não terão as mesmas oportunidades que outros para ingressar em um mercado de trabalho que cada vez mais se baseia no mundo virtual.

Amante de filmes e séries e tudo o que envolve o cinema. Uma curiosa ativa nas redes, sempre ligada nas informações acerca da web.

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