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Economia

Inflação em disparada: em apenas dois meses, saldo anual do IPCA já se aproxima da variação de 2022

Saldo do indicador em 12 meses até fevereiro totaliza 5,6%, variação muito próxima de 5,9% do ano passado

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Em apenas dois meses de 2023, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – a inflação oficial do país – já soma 5,6% no saldo de 12 meses, o que corresponde praticamente à mesma variação apresentada em todo ano de 2022, que variou 5,90%.

A escalada inflacionária, caracterizada por cinco meses seguidos de alta, parece não ter fim, além de constituir um atestado de absoluta ineficácia da monolítica e nada criativa política de aperto monetário perpetrada pelo Banco Central (BC), que se limita a manter a maior taxa de juros reais do planeta (pouco acima de 8%), sem oferecer qualquer outra alternativa para conter o até agora indomável ímpeto dos preços.

O sinal vermelho já está mais do que aceso, depois que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou que a taxa de fevereiro bateu 0,84%, superando de longe a antecessora de 0,53%, de janeiro, além de ficar mais próxima da taxa de igual mês do ano passado, de 1,01%. Somadas apenas os dois percentuais, o IPCA já atinge 1,37% no ano, sem contar os dez meses restantes…

Para o salto inflacionário de fevereiro último, o grande vilão, mais uma vez, foi o grupo Educação, que contribuiu com 0,35 ponto percentual (p.p.) para o IPCA do mês, quando variou 6,28%. Tal patamar é o mais elevado desde fevereiro de 2004, quando a taxa chegou a 6,70%.

Na vice-liderança da carestia, veio a Saúde e Cuidados Pessoais, com alta de 1,26%, seguida da Habitação, que subiu 0,82%, contribuindo, respectivamente, com 0,16 p.p. e 0,13 p.p. para o indicador do mês passado.

Embora inferiores ao avanço verificado em janeiro, os grupos de Transportes (0,37%) e Alimentação e Bebidas (0,16%) também foram representativos para o resultado de fevereiro, em que os demais grupos tiveram variações entre a de 0,11%, de Artigos de residência, até 0,98% de Comunicação.

Segundo o gerente da pesquisa do IBGE, Pedro Kislanov, a educação sempre exerce peso decisivo sobre a variação de fevereiro, em decorrência dos reajustes de mensalidades realizados pelas escolas na virada do ano, mas geralmente contabilizados no mês passado.  “Normalmente, essa alta de educação fica indexada ao próprio IPCA, ou seja, o reajuste das mensalidades é baseado na inflação do ano anterior”, completou Kislanov.

Cabe destaque, igualmente no Grupo Educação, as altas estratosféricas de preço dos itens, como cursos regulares (7,58%); do ensino médio (10,28%); ensino fundamental (10,06%); pré-escola (9,58%) e creche (7,20%). O maior impacto individual no mês, acréscimo de 0,15 ponto percentual ao IPCA, veio do subitem ensino fundamental, em que se destacaram majorações do ensino superior (5,22%), dos cursos técnicos (4,11%) e de pós-graduação (3,44%).

Já no caso do grupo Saúde e Cuidados Pessoais – que variou 1,26% – as maiores contribuições vieram de itens como higiene pessoal (2,80%) e dos perfumes (7,50%), sem contar a alta de 1,20% dos planos de saúde.

Em relação ao grupo Habitação, que subiu 0,82%, a maior contribuição (0,05 p.p.) veio da energia elétrica residencial (1,37%), com destaque para as deflações (-2,04%) de Rio Branco, em contraste com a elevação de 6,96% de Belo Horizonte.

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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