Ações, Units e ETF's
Crise financeira dos EUA ‘turbina’ alta dos juros futuros
Colapso de bancos ianques aciona avanço das taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI)
Como reflexo da maior cautela global com relação à saúde financeira do planeta (em especial, dos Estados Unidos, maior potência econômica mundial), os juros futuros apresentam tendência de alta. Com exceção do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024, às 10h15 desta quarta-feira (15), que registrava leve queda de 13,055%, na véspera, para uma taxa de 13,005% hoje (15), a do DI para janeiro de 2025 subia de 12,22% para 12,235%; a do DI para janeiro de 2026 crescia de 12,335% para 12,395% e a do DI para janeiro de 2027 saltava de 12,58% para 12,660%.
Os temores de um novo ciclo recessivo mundial – em que pese as pressões de subida dos juros pelo Federal Reserve (banco central ianque) – acabaram sendo reforçados, em razão da negativa do Saudi National Bank, de prover mais liquidez ao seu maior acionista, o Credit Suisse, logo após a instituição suíça ter admitido publicamente a fragilidade de seus resultados financeiros.
Logo após a ‘mea culpa’ helvética, seguiu-se um forte movimento de depreciação das ações dos principais bancos europeus, resultando na elevação substancial dos CDS (Credit Default Swaps) das instituições financeiras pelo globo. Outra repercussão internacional negativa é o ‘tombo expressivo’ dos rendimentos dos títulos públicos de países desenvolvidos.
Para o estrategista-chefe para América Latina da Mizuho, Luciano Rostagno, “a aversão ao risco voltou aos mercados na quarta-feira, enquanto os investidores avaliavam se os problemas vistos no setor bancário dos EUA poderiam acontecer em outras regiões. A Europa é o foco hoje. Os bancos centrais em todo o mundo tiveram que aumentar as taxas de juros rapidamente para conter a inflação, causando perdas maciças nos portfólios HTM (“manter até o vencimento”) em bancos que não tinham hedges, o que os torna vulneráveis se forem forçados a vender devido a problemas de liquidez”.
Como resultado, a maior aversão ao risco pelos investidores globais pesa, de forma contundente, sobre os ativos de países emergentes, mais vulneráveis aos movimentos de saída de capital, na direção de mercados considerados ‘mais seguros’.
Sinal desse comportamento preventivo, ontem (14), investidores estrangeiros decidiram vender NTN-Fs longas no mercado local, o que serviu para ‘inclinar’ ainda mais a curva de juros. Já outro operador de renda fixa prevê que tal dinâmica deve se manter ao longo do dia de hoje (15).
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