Mesmo em meio as críticas do governo Lula, BC mantém a taxa Selic em 13,75% ao ano

Nesta quarta-feira (22) o Comitê de Políticas Econômicas do Banco Central (Copom) decidiu manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano. É o maior nível desde novembro de 2016, assim como a quinta vez em que o Banco Central resolve manter a Selic na porcentagem atual.

O Palácio do Planalto está pressionando o BC para que ele reduza de modo drástico a Selic, visto que a taxa de juros se encontra em patamares muito altos. No entanto, os protestos dos petistas ainda não obtiveram resultados, mas podem surtir efeito na próxima vez.

Taxa Selic em 13,75%

De acordo com as autoridades, “o comitê entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui os anos de 2023 e, em grau maior, de 2024″.

“Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, afirmaram em comunicado.

Segundo o estrategista chefe da Nomos, Rodrigo Correa, no momento a taxa básica de juros não pode ser diminuída, já que ainda não existem ações do governo contra a inflação. Ele relembra os gastos feitos pelo governo, que fazem pressão para abaixar o índice inflacionário.

“O fato é que toda essa taxa de juros alta que temos hoje, conseguimos domar a inflação que estava em dois dígitos. Mas as últimas leituras da inflação são mistas e existe uma tendência de reaceleração da inflação, por isso, (…), não existe espaço para reduzir os juros”, explicou.

BC não mexe na taxa desde 2022

É válido lembrar que o Banco Central não mexe na Selic desde agosto de 2022, e antes disso ela havia sido elevada por 12 vezes consecutivas pelo comitê. Tudo começou no mesmo período em que os alimentos aumentaram, assim como o preço de energia e combustíveis.

O Copom se mantém vigilante, mas pretendem manter a taxa básica de juros alta por um longo período para se assegurar da convergência da inflação.