CVM alerta para golpes financeiros que oferecem ‘ganhos absurdos’

Promessas de altos (e rápidos) retornos, garantidos e sem risco. Tal perfil de ‘apelo’ está presente na totalidade dos golpes financeiros detectados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a xerife do mercado de capitais, cujas companhias suspeitas dessa prática já receberam o ‘stop order’ da autarquia.

A essas características, acrescenta-se que os golpistas têm, em comum, falta de clareza em relação a ‘quem’, afinal, é responsável pela gestão dos ativos, assim como jamais fornecem aos interessados seu registro na CVM – porque ele não simplesmente não existe.

Também serve como ‘sinal vermelho’ a oferta de ganhos superiores aos obtidos pelos aplicadores do Tesouro Selic (título de renda fixa considerado conservador, mas também o mais seguro do mercado, pois garante um retorno de 13,75% ao ano, atual patamar da Selic). Caso a rentabilidade oferecida pelos suspeitos supere a rentabilidade citada, deve despertar desconfiança e prudência.

Um dos casos recentes mais emblemáticos é o da Xland, apontada como responsável por um golpe que lesou vários jogadores de futebol, como Gustavo Scarpa, ao acenar com um retorno de 5% sobre o investimento realizado.

Como medida preventiva, a CVM tem o costume de ‘emitir alertas’, sempre que surge alguma irregularidade na atuação desse tipo de empresas no mercado de capitais. Nesse sentido, somente este ano, a autarquia lançou alertas para infrações cometidas por quatro players.

Exemplos de empresas suspeitas ‘flagradas’ pela CVM:

• Nixse LTD (suspensão): empresa de investimentos não autorizada pela CVM para promover intermediação de valores mobiliários ou fazer captação de recursos junto a investidores. Foi determinada a suspensão dessas atividades;
• Invest Markets (suspensão): empresa de trading sem autorização da CVM para fazer a intermediação de valores mobiliários ou a captação de recursos de investidores;
• Arvis Capital (suspensão): empresa associada ao Invest Markets, também não autorizada pela autarquia para fazer a intermediação de valores mobiliários ou captar recursos de investidores;
• Roboforex (suspensão): plataforma que usa como fachada o título de corretora internacional de investimentos, mediante operações irregulares, que alvo de suspensão para realizar ofertas públicas de serviços de intermediação de valores mobiliários.

Apesar da atuação fiscalizadora permanente, a CVM só consegue alcançar uma fração pequena de casos de golpes financeiros ligados a pirâmides financeiras, não superior a 2%.