Empresas
Volkswagen se nega a pagar R$ 165 milhões para vítimas de trabalho escravo
Volkswagen abandona audiência do MPT com 14 vítimas de trabalho escravo. Empresa deve pagar R$ 165 milhões de indenização. Entenda o caso!
A Volkswagen — fabricante de veículos alemã fundada em 1937 e considerada a maior do mundo no segmento — foi acusada de trabalho escravo.
A empresa, no entanto, teve uma atitude inesperada durante a audiência sobre o assunto, feita pelo MPT (Ministério Público do Trabalho) e abandonou o processo de negociação com as vítimas do caso durante a sessão.
A audiência aconteceu na última quinta-feira, dia 29, 14 funcionários estavam presentes a fim de negociar o acordo com a Volkswagen. A lista de vítimas que devem ser recompensadas pela empresa é grande.
Centenas de trabalhadores ou familiares de vítimas que faleceram na época das condições de trabalho relatadas ainda precisam ser encontrados.
Além da indenização, direito de todos os funcionários afetados pelas condições de trabalho da época, o grupo ainda terá que desembolsar R$ 165 milhões para as vítimas do que aconteceu no estado do Pará, mais na Fazenda Vale do Rio Cristalino. Porém, a empresa se nega a pagar o valor proposto.
Quando aconteceram os casos de trabalho escravo?
Conforme os relatos, os casos de trabalho escravo aconteceram durante a Ditadura Militar no Brasil, entre 1970 e 1980, na conhecida Fazenda Volkswagen, que contava com aproximadamente 40 mil hectares.
Entre as principais violações relatadas sobre as condições de trabalho na época, estão:
Falta de acesso à água potável, alimentação precária, alojamentos em lugares insalubres, falta de atendimento e acompanhamento médico nos casos de malária, proibição de saída da fazenda por dívidas contraídas (servidão por dívidas) e vigilância armada.
A empresa, no entanto, alega discordância sobre os relatos dos trabalhadores e se nega a realizar o pagamento.
Segundo o MPT, “contraria seu discurso de compromisso com o país e com os direitos humanos, pois se trata de uma gravíssima violação que ocorreu durante mais de 10 anos com a sua participação direta“. Por isso, o órgão deve insistir sobre o processo.
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