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IPCA ‘bom’ e promessa de restrição de gasto público ‘derrubam’ juros futuros
Fatores positivos reforçam aposta de investidores em corte mais breve da Selic pelo BC
A surpresa ‘boa’ com a divulgação da variação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) no primeiro trimestre deste ano, aquém do esperado, e a notícia de um ‘aperto’ adicional nos gastos públicos – no contexto do novo arcabouço fiscal, anunciado pelo governo – produziram uma queda expressiva dos juros futuros (no menor patamar, desde novembro de 2022), nesta terça-feira (11), marcada pelo predomínio de apostas dos investidores, em torno de um corte mais breve dos juros básicos da economia (Selic) pelo Banco Central (BC).
Como resultante desse fatores, no fim da sessão de hoje (11), a taxa de contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 caiu de 13,225%, no ajuste de ontem (10) para 13,15%; a do DI para janeiro de 2025 recuou de 11,99% para 11,805%; a do DI para janeiro de 2026 baixou de 11,86%, na véspera, para 11,635%; e a do DI para janeiro de 2027, que passou de 11,98% para 11,775%.
A respeito dessa trajetória declinante, analistas acentuam que a queda mais significativa na chamada ‘barriga da curva’, aquele trecho caracterizado por uma ‘sensibilidade mais elevada’ em relação às perspectivas da política monetária a ser conduzida pela autoridade monetária.
A avaliação de especialistas é de que o resultado menor que o estimado do índice oficial de inflação ‘animou’ o mercado de juros, ‘avalizando’ a retomada de posições aplicadas em juros ao longo da curva, em especial, no que toca aos vértices em que a citada ‘sensibilidade’ à política monetária é mais acentuada.
Em nota, economistas da XP entendem que “o IPCA de março trouxe uma mensagem positiva generalizada, apesar de não mudar nossa visão de que o BC iniciará o ciclo de flexibilização monetária no terceiro trimestre. Reconhecemos que os núcleos e os serviços apresentaram bons resultados recentemente, mas ainda estão bem acima da meta de inflação”.
Segundo a previsão da instituição financeira, a inflação no país deverá encerrar 2023 em 6,2%, chegando a 5%, no ano seguinte, em meio a cenário que admitiria uma ampliação da meta de inflação para 4,5%, já a partir de 2024, dentro da expectativa de que o BC deverá buscar a convergência da inflação à essa nova meta até 2025.
A XP reconhece, ainda, que a queda firme do dólar, em patamar próximo a R$ 5, igualmente ‘puxa para baixo as taxas futuras, sem contar o efeito positivo da queda nos rendimentos dos Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA).
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