Bitcoin: como organizar uma herança digital com criptoativos?

Você sabe o que é herança digital? Pois é! Assim como é possível a qualquer pessoa deixar bens físicos aos seus herdeiros após falecer, também é possível deixar uma herança imaterial, mais especificamente virtual.

Cada um de nós deixa registros perenes na internet ao longos dos anos: dados pessoais, vídeos, fotos, criptomoedas, NFTs, registros e outros produtos digitais que vamos adquirindo.

Isso configura o que estamos chamando de herança digital. No entanto, por serem situações recentes, ainda não há muitas leis ou normas para direcionar o que fazer com esse patrimônio digital. No entanto, em determinadas situações, é possível planejar quais pessoas terão acesso aos seus bens digitais após sua morte.

Nos Estados Unidos, cada hipótese é uma. No caso da iTunes e do Kindle não é possível transferir as músicas e os livros aos herdeiros, por exemplo.

Já no Brasil, é possível interpelar judicialmente as empresas de criptomoedas para que os herdeiros solicitem que a herança digital seja incluída no inventário do falecido.

Há casos em que a pessoa morre e não há nada a ser feito pelos herdeiros. Esse foi o caso do investidor romeno Mircea Popescu, que teria deixado algo em torno de R$ 811 bilhões em Bitcoins. Todavia, sem acesso às chaves privadas e credenciais de acesso, nenhum herdeiro conseguiu ter acesso, logo, todo o dinheiro foi perdido.

Mas e aí, como deixar criptomoedas e NFTs para os seus herdeiros? Primeiramente, é preciso deixar em testamento quem serão os herdeiros. No caso dos NFTs, como o valor é mais difícil de ser avaliado, o magistrado teria que intimar um avaliador judicial com conhecimento técnico para precificá-lo.

Há ainda empresas que fornecem especificamente serviços voltados para herança digital protegida com tecnologia blockchain e criptografia, como a Safe Haven, Casa e TrustVerse. Os serviços que essas empresas oferecem não se limitam, no entanto, a criptomoedas e NFTs, mas também inclui perfis nas redes em geral.